PUBLICIDADE

Paralamas: "O que foi feito nos anos 80 ecoa até hoje"

João Barone, baterista da banda, fala sobre tocar no João Rock, longevidade da carreira e a contestação da geração Rock 80

4 jun 2019 - 15h54
Compartilhar
Exibir comentários

Os Paralamas do Sucesso se apresentam pela terceira vez no festival João Rock, que acontece em 15 de junho, em Ribeirão Preto. O grupo é um dos nomes mais importantes da cena do rock nacional, além de um dos mais longevos. São quase 40 anos de estrada desde o lançamento do primeiro disco em 1983.

Em pleno 2019, a banda mantém a mesma formação que a consagrou como um dos pilares do estilo. Em entrevista ao Terra, o baterista João Barone fala sobre o momento atual da banda.

Paralamas do Sucesso se apresenta no festival João Rock em Ribeirão Preto
Paralamas do Sucesso se apresenta no festival João Rock em Ribeirão Preto
Foto: Marcos Arcoverde / AGE/Estadão Conteúdo

Terra: Como é tocar rock em pleno 2019, numa época em que os estilos predominantes no mainstream são o funk, o sertanejo e afins?

João Barone: Eu acho que a geração dos anos 80 teve um papel preponderante no histórico do rock brasileiro. O que foi feito naquela época ecoa até hoje. Os festivais de rock acontecem e tem sempre um público fiel, e eu acho desmedido comparar rock com sertanejo, pagode, axé, seja lá o que for. 

Terra: Vocês lançaram o primeiro LP em 1983, e estão rumando a 40 anos de carreira. A que se deve o fato de os Paralamas se manterem relevantes, em um cenário no qual muitas bandas da sua geração foram apagadas pelo tempo ou não existem mais?

João Barone: É muito difícil explicar de uma maneira muito prática. A gente acredita que é um somatório de fatores. É a mensagem, o conteúdo, a forma que a gente embrulha a nossa música e manda para o público. Acima de tudo, é uma linha muito realista, sincera e direta. Acho que a gente conseguiu uma exposição muito grande ao longo deste tempo todo e ela reflete esse retorno que nós temos.

Terra: Ao analisarmos as letras do Paralamas e de outras bandas de sua geração, havia um fator de protesto muito grande nas letras. Você acha que esse papel atualmente é delegado a outros gêneros e o rock deixou de ser a voz da rebeldia?

João Barone: Eu acho que é mais o que a gente fez antes que continua muito atual, as músicas mais críticas à sociedade e à política. Parece que a gente ficou com um certo bode de parecer muito panfletário, porque o que nós falamos naqueles tempos continua muito atual. Dá um certo bode de ter que ficar repetindo, pisando na mesma grama. De alguma forma, o Hip hop acabou ocupando este espaço da crítica, da coisa mais ácida e mais realista do dia-a-dia, e é muito válido. Tem muita gente boa, muita gente já estabelecida na cena do Hip hop fazendo isso de uma maneira muito legal e original. 

Terra: Vocês já tocaram muitas vezes no João Rock, e neste ano se apresentam de novo. É uma questão de afinidade, no sentido do festival ter a cara de vocês?

João Barone: A gente teve a sorte de ser convidado para tocar desde a primeira edição, em 2002. A gente já perdeu a conta de quantas vezes participamos, e o João Rock foi crescendo. Virou um evento bastante concorrido, representativo da cena do rock brasileiro. É legal poder participar por mais um ano e ver que o evento ainda tem esse peso, essa importância na cena local. 

Terra: E o que a galera pode esperar do show de vocês no João Rock?

João Barone: A gente vai mostrar um apanhado de grandes sucessos do Paralamas. Estamos fazendo um show baseado na turnê do álbum “Sinais do Sim” (2017) e é um grande evento, temos que concentrar o fogo nas músicas mais conhecidas. Vai ser um momento oportuno pra gente mostrar para uma grande plateia a configuração atual do nosso show, vai ser uma alegria e uma festa total. Com certeza vão ter algumas surpresas no setlist, mas vamos deixar isso pra hora que a gente subir no palco. 

Veja também

Big Up: "Um dia acordo mais Marighella, outro mais Gandhi":
Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade