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"Jazz não é pop", diz guitarrista Mike Stern em Olinda

7 set 2010 - 17h09
(atualizado às 17h18)
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Osmar Portilho
Direto de Olinda

Responsável por ser um dos pais do fusion, estilo que ajudou a inovar o jazz e fundar um novo segmento mais "elétrico" do gênero, o guitarrista Mike Stern é atração principal desta terça-feira (7) no encerramento da Mimo (Mostra Internacional de Música em Olinda) em Olinda, no Recife. O americano, que sobe ao palco na Praça do Carmo às 21h30, conversou com os jornalistas sobre sua carreira e a experiência de se apresentar em um festival que foge dos moldes tradicionais.

Elogiando a atmosfera de Olinda, o guitarrista contou que gosta muito de interagir com o público e acha importante "a troca" que há nos shows. "Eu prefiro interagir com o público, mesmo com um festival grande para ver como está o som e se as pessoas gostam da música", disse. "É importante se conectar com as pessoas para quem você toca. Música é para sua interpretação, uma linguagem", explicou.

Falando ainda sobre esse relacionamento com o ouvinte, o guitarrista citou de cara dois ícones com quem já tocou: Miles Davis e Jaco Pastorius. "Miles Davis tinha o melhor equilíbrio de fazer o que queria e se conectar. Ele não ligava para o que falavam, mas queria as pessoas entedessem", afirmou. "É algo que aprendi com Miles e Jaco Pastorius que sempre tocaram músicas complicadas mas buscavam contato com o público", disse.

Outra "barreira" encontrada pelo gênero é o fato de ser tão segmentado. Para o guitarrista, é normal que não haja uma dificuldade em assimilar o jazz e outros estilos. "Jazz não é pop. A maior parte das pessoas precisam de um gosto mais específico. No começo é difícil, mas quando gosta você se apaixona", afirmou.

Além de Miles e Jaco, Mike Stern tem em seu currículo parcerias com Billy Cobham e Michael Brecker. Sempre misturando ritmos, Stern se gaba por ser um guitarrista que "começou no rock", mas diz que hoje em dia o que mais ouve é o jazz de saxofonistas. "Ouço Sonny Rollins e John Coltrane. Coloco algumas frases em partituras e tento tocar junto também", explicou.

Brasil

Desfrutando do clima de Olinda, o guitarrista falou sobre a artistas do Brasil e citou algumas influências. "Música brasileira é incrível. Já falei com Hermeto Pascoal e que coisa, ele é demais. Toquei com Airto Moreira e há tanta gente boa fazendo música". "Nunca tinha vindo para essa parte do Brasil. É tudo musical. O jeito que as pessoas falam, a língua já é cantada", disse o americano, que chegou a brincar com a entonação dada pelo intérprete na hora de falar português.

Depois do show em Olinda nesta terça, Stern parte apresentações em São Paulo (Boubon Street - 8/9), Araraquara (Sesc - 9/9) e Goiânia (11/9 - Bolchoi Pub).

Mulheres...

Mike Stern, sempre bem-humorado, não perde a chance de tecer alguns comentários engraçados. Indicado várias vezes ao Grammy, Mike Stern sempre teve convidados de peso em seus discos. Em seu álbum mais recente, Big Neighborhood, lançado em 2009, há participações de Steve Vai, Eric Johnson e Medeski, Martin & Wood.

Porém, o guitarrista fez questão de ressaltar a colaboração feminina em seu disco: da baixista Esperanza Spalding e da baterista Cindy Blackman. Questionado se haveria uma "pegada diferente" com as mulheres, foi direto. "Talvez por ser uma garota, mas com certeza é muito melhor para se olhar", brincou.

Mimo

Com apoio do Ministério da Cultura e do BNDES, a Mimo segue até terça-feira (7), com shows, oficinas e exibições de filmes e documentários em Olinda, Recife e João Pessoa. A programação ainda conta com apresentações aguardadas, como o show do guitarrista Mike Stern, que encerra o festival.

O repórter do Terra viajou a convite da Mimo.

Mike Stern participa Mostra Internacional de Música em Olinda
Mike Stern participa Mostra Internacional de Música em Olinda
Foto: Osmar Portilho / Terra
Fonte: Redação Terra
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