Diddy: Ex-assistente expõe rotina de drogas e festas privadas
Brendan Paul revela esquema de entorpecentes e festas com acompanhantes
O julgamento federal de Sean "Diddy" Combs ganhou novos contornos nesta semana com o depoimento contundente de Brendan Paul, ex-assistente do rapper.
Chamado a testemunhar sob imunidade, Paul detalhou o funcionamento interno de um suposto esquema que envolvia aquisição regular de drogas e organização de festas com conotação sexual para o artista.
Segundo o ex-funcionário, o consumo de entorpecentes fazia parte da rotina de Diddy. Ele mencionou uso frequente de cocaína, cetamina, ecstasy e maconha, além da droga sintética conhecida como "tusi", um pó rosado misturado a MDMA.
"Ele usava pelo menos uma vez por mês, mas era visível quando estava sob efeito, mesmo fora dessas ocasiões", declarou.
Paul relatou que era instruído diretamente por Combs ou por outros assistentes para adquirir as substâncias. Em média, comprava maconha a cada dois meses por cerca de US$ 4.200, além de pequenas quantidades de outras drogas, cujos preços variavam de US$ 300 a US$ 500 por 1 ou 2 gramas.
As entregas eram feitas pessoalmente ou por traficantes indicados por outros membros da equipe.
Em muitos casos, os entorpecentes eram armazenados em uma bolsa Gucci dentro da residência de Diddy.
Outro ponto do depoimento envolveu a logística de festas privadas chamadas por Combs de "wild king nights" ou "freak-offs".
Paul descreveu os bastidores desses encontros: quartos montados com lubrificantes, bebidas, preservativos e equipamentos eróticos, além da presença de acompanhantes contratadas.
Segundo ele, sua função incluía preparar o ambiente, acompanhar as convidadas e limpar o local após as festividades.
"Usava luvas para limpar tudo por uma questão de higiene", disse ao júri. Ele relatou ainda que, após o processo movido por Cassie Ventura em 2023, os eventos passaram a ser realizados em casas particulares, com maior controle e discrição.
Apesar de afirmar que lidar com drogas não era seu trabalho principal, Paul admitiu que essa atividade se tornou parte de sua rotina. Ele também contou que chegou a usar substâncias como Adderall e cocaína para suportar as longas jornadas e a pressão do trabalho. "Diddy dizia que éramos como um SEAL Team Six precisávamos estar prontos para tudo, a qualquer momento."
Diddy: Julgamento segue com expectativa de encerramento nas próximas semanas
Sean Combs, de 55 anos, se declarou inocente das acusações, que incluem conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para fins de prostituição. A defesa afirma que Brendan Paul agia por conta própria e tenta minimizar sua credibilidade como testemunha.
O julgamento segue em andamento no tribunal federal de Nova York, com expectativa de conclusão antes do feriado de 4 de julho.
Enquanto isso, o depoimento de Paul levanta questionamentos sobre os bastidores da vida de uma das figuras mais influentes do entretenimento mundial — revelando uma rotina marcada por excessos, controle e lealdades perigosas.