Custos médicos e baixa remuneração por músicas: situação de Ângela Ro Ro preocupa advogado
Artista voltou a falar após traqueostomia, mas tem longo processo de recuperação pela frente
Ângela Ro Ro, internada devido a uma grave infecção pulmonar, recebe apenas R$ 900 por direitos autorais de suas músicas, valor considerado incompatível com sua audiência nas plataformas, enquanto busca recursos para sua recuperação por meio de doações.
Internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há cerca de um mês em um hospital no Rio de Janeiro, Ângela Ro Ro, de 75 anos, se recupera de uma grave infecção pulmonar seguida de uma traqueostomia. Com um longo período de reabilitação pela frente e os altos custos médicos, seu advogado, Carlos Eduardo Campista de Lyrio, se preocupa com a situação, principalmente pelo valor pago à cantora por reproduções de suas músicas em plataformas digitais.
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"Ângela vivia e vive dos shows dela. Ela não tem aposentadoria e o que recebe, que vem de direitos autorais, é um valor insignificante. Ela ganha na faixa de R$ 800 a R$ 900, no máximo, mas o valor é incompatível com o número de ouvintes que ela tem nas plataformas musicais", explicou em entrevista ao Terra.
Apesar do procedimento invasivo, Ângela tem "surpreendido" positivamente a equipe médica e já voltou a falar. "Esperamos até o último momento antes de fazer a traqueostomia, mas a infecção pulmonar estava muito agressiva. A Ângela nos surpreende voltando a falar mesmo após esse processo invasivo. Isso foi uma surpresa muito positiva. Ela encontrou uma forma de conseguir falar", disse
As cordas vocais da artista foram preservadas, mas seu período de recuperação envolverá gastos com enfermeira, fisioterapeuta e fonoaudiólogo. Visando arrecadar fundos para seu tratamento médico, a cantora tem divulgado seu Pix nas redes sociais.
Lyrio também afirmou que a intérprete de Amor Meu Grande Amor não recebe apoio financeiro de familiares ou amigos próximos, com exceção de um show que fizeram em homenagem a ela, mas sobre o qual ele não foi informado.
De acordo com o advogado, artistas mais antigos, como Ângela Ro Ro, têm sofrido duras consequências com a falta de regulamentação das big techs musicais, especialmente pelo pouco dinheiro oferecido ao número de reproduções de uma música ou de um álbum.
"Eles têm uma forma de distribuição de royalties que, no fim das contas, pasteurizam certos cantores. É maldade com o artista, porque ele chega no fim da vida e não recebe [o valor justo]. Eles te pagam pouco, mas se você não entra, você é deixado de lado. Se a Ângela perder momentaneamente a voz, como ela vai sobreviver com R$ 800? Quem sobrevive com isso que é menos de um salário?", questionou.
Hoje, estão ao lado de Ângela Ro Ro seu advogado, sua médica, um amigo a quem ela chama de 'maestrinho' e sua companheira, que prefere não ser identificada. A cantora está fora de perigo e tem respondido bem ao tratamento.
Um site oficial em nome da cantora deve entrar no ar nesta terça-feira, 5, para tornar a "vaquinha" mais segura. Enquanto o domínio brasileiro não é liberado, o advogado comunicou que o endereço angelaroro.com será usado para ajudar na arrecadação financeira da artista.
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