Camillo destaca importância da música em sua vida: 'Privilegiado de viver da minha arte'
Em entrevista à CARAS Brasil, o cantor Camillo revela detalhes sobre single que marca a chegada dos 20 anos de carreira e revisita trajetória artística
Ator e cantor, Camillo comemora a chegada dos 20 anos de carreira com o lançamento do single Do Altar pro Palco, música que faz ao começo de sua jornada na música, quando o jovem artista cantava na igreja. A canção inédita estará disponível nas plataformas digitais no dia 18 de abril e será acompanhada por um videoclipe. Em entrevista à CARAS Brasil, Camillo abraça a nostalgia e destaca a importância da música em sua vida: "Privilegiado de viver da minha arte", declara.
Do Altar pro Palco
A chegada aos 20 anos de carreira não é apenas um marco cronológico para Camillo, é uma celebração emocional da sua trajetória artística. O cantor começou a cantar ainda criança nos cultos da igreja onde cresceu e agora revisita esse início com o lançamento do single "Do Altar pro Palco", previsto para 18 de abril. "Me sinto honrado e privilegiado de hoje viver da minha arte, passando por lugares que eu sequer poderia imaginar que passaria", compartilha.
A nova canção, escrita em parceria com Luiza Caspary, é definida como uma espécie de autoabraço, um manifesto de pertencimento e autoafirmação. "Essa música fala muito sobre como é importante se amar, expressar quem você é no mundo, independente do que você veste, do que você tem", diz Camillo, que espera que o público também se reconheça nessa mensagem. "Quando você lembra de onde veio, você não só sabe quem você é, mas também aonde quer chegar".
Para celebrar o lançamento, ele apresenta o show Camillo In Concert no dia 17 de abril, no Teatro Santa Cruz, em São Paulo. Com participações especiais de Rodrigo Teaser, Giovana Muller, Gael Vicci e outros convidados, o espetáculo também celebra os caminhos trilhados nesses 20 anos. "Vai ser lindo, e ter pessoas que fizeram parte do caminho que me trouxe até aqui torna isso tudo muito mais potente e marcante pra mim".
Origem e reinvenção
Camillo nunca deixou de lado suas raízes, mas também nunca teve medo de ressignificá-las. Criado em uma família com forte ligação religiosa, encontrou na igreja o primeiro palco — ainda que, no início, o destaque que ganhava como solista causasse certa surpresa até dentro de casa. "Amo e me orgulho de onde vim. Quem sou hoje é produto do que vivi lá atrás", afirma, lembrando dos conselhos do pai: "Retém o que é bom e joga fora o que não presta".
A lógica de respeitar a base e caminhar em busca de autenticidade se estende também à maneira como ele enxerga sua trajetória musical. "Com o tempo a gente vai amadurecendo e entendendo o que tem a nossa cara e o que não é a nossa verdade. A mensagem que a gente quer espalhar", diz. Para ele, a transformação da forma de consumir música, mais voltada para singles do que para álbuns, também desafia o artista a buscar novas formas de conexão.
Ainda assim, o carinho por seus ídolos permanece intacto. "Eu era obcecado pelos álbuns dos meus artistas favoritos, esperava ansiosamente os lançamentos. Eu ainda escuto esses discos e assisto aos DVDs que comprei com meus primeiros salários", revela, misturando o nostálgico ao contemporâneo. Camillo mostra que, apesar da mudança nos meios, o afeto pela música continua o mesmo: profundo, emocional e cheio de referências.
Aprendizados da estrada
Ao longo de sua carreira, Camillo percorreu muitos formatos, mas foi nos realities musicais que boa parte do público o conheceu. De The Voice Brasil a X Factor, passando por Canta Comigo e até The Voice Portugal, cada experiência deixou marcas distintas. "O Canta Comigo me deu um espaço especial para mostrar muito de mim e do meu trabalho", diz, destacando o programa como porta de entrada para a parceria com o produtor Cayo Felipe e com Rodrigo Teaser.
Apesar dos altos, também houve momentos de frustração. "O X Factor Brasil foi a experiência mais frustrante. Fiquei doente esperando horas no frio, e fui completamente cortado da edição — ninguém me ouviu cantar", relembra. Ainda assim, prefere focar nas memórias positivas. "Tenho mais experiências boas do que ruins com os realities, então prefiro ficar com os momentos especiais", afirma com leveza.
Cada novo palco trouxe não só exposição, mas também um mergulho interior. "Esse contato com tantos espaços me fez entender sobre meu lugar no mundo, sobre a responsabilidade de falar sobre algo que realmente é importante pra mim", explica. Não à toa, o cantor enxerga cada experiência como uma chance de expandir horizontes e transformar sua voz em algo que vá além do entretenimento — em mensagem e presença.
Nos palcos teatrais
Ao mesmo tempo em que crescia na música, Camillo também consolidava sua presença no teatro musical. Desde que assistiu O Rei Leão no cinema pela primeira vez, apaixonou-se pelo gênero. Anos depois, integrou o elenco da montagem brasileira da peça, passando por experiências desafiadoras como ser swing — o ator que precisa estar preparado para substituir diversos papéis em cena. "Foi ali que tive certeza de que queria seguir nessa carreira", diz.
Outros títulos vieram: A Pequena Sereia, Jesus Cristo Superstar, Nautopia. Este último, em especial, Camillo descreve como um "divisor de águas". "Estar em contato com o trabalho do Daniel Salve foi muito inspirador. Dani tem uma sensibilidade que te faz olhar pra dentro, e isso não foi diferente comigo". Agora, ele quer expandir ainda mais: "Quero lançar meu álbum, fazer shows com canções que me preenchem como artista. Meu próximo passo é mostrar esse filhote que estou gerando desde 2015 — e que agora está pronto pra voar".
Apesar do carinho pelo teatro musical, o artista nunca quis se limitar. "Nosso mercado é abarrotado de gente talentosa, e às vezes as obras têm perfis muito específicos. Amo teatro musical, mas também quero contar outras histórias, inspirar pessoas, abrir novos caminhos". Em uma trajetória marcada pela versatilidade, Camillo aposta na liberdade como norte — e na música como casa.
Celebrar a arte e a vida
Mais do que uma comemoração de carreira, o lançamento de Do Altar pro Palco é também uma celebração da própria vida. Camillo vive um período de expansão: shows em navios pela Europa, novas conexões criativas e, agora, um projeto autoral que carrega o peso de duas décadas de estrada. "Hoje me sinto mais conectado com isso, com a minha história. Quero que o público também se sinta tocado, inspirado".
O show de estreia do single promete emocionar. Reunindo parceiros de palco e amigos de longa data, será uma noite para celebrar o passado, o presente e os próximos voos. "Espero que as pessoas saiam de lá de fato tocadas, que se identifiquem com a minha história, que assim como tantas outras, é feita de sonhos e da vontade de dar certo nesse mundão que engole a gente", conclui.
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