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Artistas e amigos contam histórias inéditas sobre Erasmo

Cantor era o rei das resenhas e simpatia, como comprovam as histórias que colhemos

23 nov 2022 - 02h30
(atualizado às 18h18)
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Teria relevância próxima de zero um texto meu cheio de elogios (merecidos) sobre o gigante Erasmo Carlos. Então, liguei (mandei mensagens de Whatsapp, na real) para amigos artistas que conviveram, tocaram ou participaram de verdade da carreira dele e pedi para que compartilhassem causos do Tremendão.

O resultado segue abaixo.

“Em 2011 a Cachorro Grande foi convidada para participar do (programa) ‘Altas Horas’ e tocar junto com o Erasmo a música ‘Eu sou criança e não entendo nada´. Era a primeira vez em minha vida com meu maior ídolo no rock nacional. Erasmo não foi apenas pioneiro, mas o maior roqueiro deste país. Fiquei muito nervoso. Por 10 dias foi difícil dormir, de preocupação, euforia e felicidade. Na época a banda (Cachorro) toda bebia muito, e em todas as gravações que fazíamos. Naquele dia decidi só dar uns goles. O Erasmo viu que eu estava nervoso e foi o cara mais querido do mundo. Não sei de onde tirei coragem e falei para ele que tinha um uisquezinho no camarim. Ele disse: - ‘Televisão, bicho, é no máximo dois dedinhos antes de entrar em cena’. Nunca mais na vida bebi em gravação de programa de TV. Só dois dedinhos, no máximo, pois o mestre falou.”

(Beto Bruno, vocalista e compositor, ex-Cachorro Grande)

“O Erasmo era minha ponte com meu pai. Nós tínhamos uma relação de personalidades fortes, então era bem truncada. Mas quando queríamos puxar papo um com o outro ou mostrar aquele afeto disfarçado recorremos ao que eram as pontes seguras, Erasmo Carlos e Tim Maia”

(Rodrigo Lima, vocalista do Dead Fish)

Ronnie Von, Erasmo, os Mutantes ao fundo e Raphael Vilardi na guitarra
Ronnie Von, Erasmo, os Mutantes ao fundo e Raphael Vilardi na guitarra
Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução

“A música é eterna.”

(Arnaldo Baptista)

"Conhecemos o Erasmo por causa da Jovem Guarda, e aqui (Espírito Santo) tem o lance do Roberto (capixaba), então minha mãe defendia o Roberto e eu, o Erasmo. Até que um dia o Sandro, ex-vocalista da Mukeka di Rato, me deu o disco 'amar pra viver, ou morrer de amor' e falou: - 'escuta com calma'. É o disco em que o Erasmo está rasgando o peito na capa, libertando uma pomba. E é um disco bem suave. Escutei e fiquei apaixonado. Sei de cabo a rabo a sequência das músicas e até os momentos em que vai chiar ou pular a agulha. Até hoje, onde encontro esse disco eu compro e vou renovando meu estoque, sempr combinando a melhor capa com o melhor vinil. Missão cumprida, missão bem cumprida (do Erasmo). Descanse em paz."

(Mozine, Mukeka di Rato)

"Desde que conheci o Erasmo pessoalmente, no fim dos anos 1990, ele sempre foi muito receptivo, principalmente pelo fato de eu ser uma mulher numa banda de pop rock. Sempre que houve oportunidade ele me convidou pra cantar com ele, e todas as vezes que veio a BH, ele me chamou pra ver o show. Sempre. Eu falava pro John a sorte que a gente tinha por saber que o Erasmo sabia que existíamos. Uma vez fiz um show com ele e o Menescal, talvez a outra pessoa que tem essa incrível capacidade de se comunicar com gerações diferentes, de estilos diversos. Tem o fato engraçado de que a primeira vez que ele ligou pra minha casa, eu não estava e o John achou que era alguém fingindo ser o Erasmo... he he. Depois ele ligou de novo e era o convite pra fazer o Som Brasil."

(Fernanda Takai, Pato Fu)

Compartilho também a declaração sobre a morte que Erasmo deu em entrevista ao Pedro Bial, da Rede Globo:

"Eu não tenho medo da morte... Mas a vida é tão boa. (Não é medo), é o desejo de não deixar as pessoas que amam a gente tristes. Eu penso: 'Sou um cara querido para fulano, para fulana e eu vou deixar de existir e essas pessoas vão sofrer muito. Meus filhos vão sofrer com isso, a minha mulher vai sofrer com a minha ausência. A minha preocupação é mais essa do que eu ir. Eu não sei para onde eu vou, mas para onde for, vou feliz."

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