Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Agora cantor, Dado Villa-Lobos diz: faço rock, está quase um desespero

8 abr 2013 - 16h29
(atualizado às 16h54)
Compartilhar
Exibir comentários
Ex-integrante do Legião Urbana, Dado Villa-Lobos recebeu o Terra em seu estúdio, no bairro do Horto Florestal, no Rio de Janeiro. O músico acaba de lançar o álbum 'O Passo do Colapso'
Ex-integrante do Legião Urbana, Dado Villa-Lobos recebeu o Terra em seu estúdio, no bairro do Horto Florestal, no Rio de Janeiro. O músico acaba de lançar o álbum 'O Passo do Colapso'
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Dado Villa-Lobos tem uma fala mansa e serena. Seu estúdio, no bairro do Horto Florestal, no Rio de Janeiro, é um reflexo desta tranquilidade. Só se escuta o som dos pássaros lá fora e o de música do lado de dentro. Música que agora, no seu novo disco, O Passo do Colapso, vai refletir um tema que vem tomando tempo de seus pensamentos ultimamente. E Dado toma a liderança da banda cantando com vigor, o que não ocorria na Legião Urbana, grupo que lhe fez famoso. O show de lançamento de O Passo do Colapso acontece nesta segunda, no Theatro NET, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.

“Tinha uns temas em mente e encontrei o Nenung, um cara que me amarro dos The Darma Lovers. Aí contei a história do colapso, que a gente estava entrando numa situação que não sei. Fazer música está difícil, os canais estão fechados, o som que eu faço... Eu faço rock. Está difícil, quase um desespero, e todos meus amigos sentem a mesma coisa. Aí tem a montanha que vem abaixo todo ano no Rio de Janeiro com a chuva, quase uma coisa bíblica. Então esse camarada fez O Passo do Colapso, que brinca com essa situação, com o colapso financeiro em 2008. E foi essa a sequência das coisas. Eu estou chegando aos 50 anos daqui a pouco e este assunto passou a ser trabalhado internamente. O colapso gera alguma coisa gratificante, diferente, que aponta para outro caminho”, conta, revirando o pensamento.

Às vezes, durante o colapso, surge a coragem. E Dado Villa-Lobos resolveu assumir de vez o microfone, objeto do qual se mantinha afastado durante os anos de Legião Urbana – até porque Renato Russo tomava conta do palco com muita energia. Foi uma situação que surgiu de repente e foi ficando mais fácil com o tempo.

“Aconteceu logo de cara com o Jardim de Cactus, da MTV. Foi uma loucura estrear em um DVD ao vivo sem nem ter feito um showzinho antes. Mas foi, aconteceu. E, ao longo desses anos, com shows nos lugares mais variados possíveis, a coisa foi engrenando no sentido de que ficou mais organicamente resolvido o lance de cantar e tocar ao mesmo tempo, pensar na harmonia e melodia. É um hábito, é treino, você precisa exercitar, o que é fundamental”, disse Dado, que vem tendo aulas de canto com frequência e iria para uma logo depois da entrevista exclusiva para o Terra.

O colapso de que Dado fala não tem a ver apenas com uma situação pessoal. E nessa reflexão ele acabou recebendo ajuda de muitos parceiros. Entre eles, uma inesperada: a jovem Mallu Magalhães. A ideia surgiu de um encontro fortuito com ela em um bar da Rua Dias Ferreira, no Leblon. Ocorreu uma troca de e-mails e, dias depois, ela estava fazendo um dueto com ele em Quando a Casa Cai.

“Ela é fogo. Tem uma noção musical muito forte, do que ela quer. O tom sempre estava ruim para ela. Ou muito alto, ou muito baixo. A gente foi trabalhando e achou uma voz no meio. Aí foi embora, rápido. Ela é muito esperta e tem uma musicalidade muito forte, intensa. Quando você ouve os discos dela, saem umas coisas muito boas. E ela já é maior de idade. E totalmente alternativa. A visão dela da música não é uma visão fácil, assim como a minha. A identificação com ela veio por aí. Independentemente de Legião Urbana, quando a gente começou não imaginava que estávamos fazendo uma música popular. Quando você pega uma música como Soldados, nos dias de hoje, não sei. Acho que ficaria no limbo do alternativo. As coisas mudaram, mas eu continuo com essa verve, visão, formação de música”, explica o músico.

As parcerias não pararam por aí. Até o escritor uruguaio Eduardo Galeano entrou na roda. “Ele declama um poema chamado El Parto que eu musiquei”, conta Dado.

Trata-se de um disco de rock, mas com uma batida contida. E uma ideia de que era preciso utilizar bem a internet e as redes sociais pela primeira vez na sua carreira. O disco foi totalmente disponibilizado no YouTube antes mesmo de ser lançado.

“É para as pessoas conhecerem. Antes disso, ele entrou no iTunes, no Single of the Week, que é de graça, e teve 17 mil downloads. Depois, entrou na íntegra e vendeu uns mil discos. Ou seja, as pessoas que podem e querem, pagam. É muito fácil. Aí você tem estes portais Spotify, ReverbNation, que também remuneram. Tem o player lá e você vai receber por quantas vezes você for ouvido. Ou seja, a transformação está acontecendo. Esta coisa do colapso, novos formatos e caminhos estão aí. Eu apostei nisso e agora vem o filho”.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade