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A pergunta que não consegui fazer para Gal

10 nov 2022 - 15h40
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Obrigado por tanto, Gal. Com quatro décadas de atraso na gratidão
Obrigado por tanto, Gal. Com quatro décadas de atraso na gratidão
Foto: Miguel Vidal/Reuters

Antes de entrar no título deste texto, é fundamental contextualizar que:

1. sou jornalista e crítico musical.

2. a única vez em que estive com ela foi em situação familiar, em uma festa, ambos com nossos filhos.

3. toda a carreira e marcos dela você encontrará em outros textos.

Dito isso, vou direto ao ponto. A pergunta que não consegui fazer para a Gal Costa, que faleceu nesta quarta, 9 de novembro, é: Seu auge como cantora foi na gravação de “Força Estranha”, no disco “Gal Tropical”, de 1979?

É porque toda vez que escuto o canto dela nessa música fico emocionado. Isso diz muito se considerar que não vem de um fã ardoroso da cantora.

Desde minha tenra formação musical, no final dos anos 1970 em diante, sempre mantive a imagem da Gal em bando, dificilmente como artista solo.

Como roqueiro à época (e até hoje), fazia parte do (não existente) “Manual do Roqueiro” de então renegar música brasileira de raiz e hippies. De certo modo ela se enquadrava nos dois quesitos.

Seus momentos de projeção que tinham me atingido vinham da turma da Tropicália (1968, com a gangue de Caetano Veloso, Gilberto Gil e demais acrescida de Nara Leão e Mutantes), da outra investida da turma com “Doces Bárbaros” (1976), que remete até à sua estreia, em 1964, com “Nós, Por Exemplo” (a galera tradicional de Caetano, Gil, Maria Bethania e Tom Zé).

Não conhecia ainda “Fa-Tal”, o espetacular disco ao vivo de 1971, ou “Profana”, que viria em 1984.

Mas a canção composta por Caetano Veloso (olha ele aí de novo) para Roberto Carlos sempre me assombrou. Desde a época em que foi lançada até hoje.

Talvez por ter entrado em trilha de alguma novela que minha saudosa mãe assistia à época. Talvez por ter sido de certo modo eclipsada pelo maior sucesso daquele disco, “Balancê”.

Era essa história que queria contar e essa pergunta que queria fazer para a Gal.

Até tenho esse disco autografado por ela e com dedicatória.

Mas ficamos falando de coisas mais importantes, como a criação de nossos filhos.

Obrigado por tanto, Gal. Com quatro décadas de atraso na gratidão.

Cucamonga
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