Morte falsa de Elena Ferrante gera comoção e brincadeiras nas redes sociais
Tommaso Debenedetti divulgou informação enganosa sobre escritora italiana; ele tem no currículo a invenção dos falecimentos do Papa Bento XVI, Pedro Almodóvar e Fidel Castro
Um perfil falso no Twitter se passou pela Editorial Lumen, que publica as versões em espanhol dos livros de Elena Ferrante, para anunciar a suposta morte da escritora italiana. A fakenews chegou a ser publicada pelo jornal britânico The Independent, mas foi retirada do ar cerca de meia hora depois. Leitores expressaram pesar nas redes sociais, sem saber que se tratava de mais uma anedota do jornalista italiano Tommaso Debenedetti.
O mesmo usuário que tuitou a morte falsa desmentiu a informação, cerca de uma hora após a publicação. "Essa conta é uma farsa criada pelo jornalista italiano Tommasso Debendetti", admitiu. O perfil foi desativado pouco tempo depois da confissão.
Apesar do esclarecimento, a confusão pairou entre os entusiastas da literatura. O escritor norte-americano Alex Shephard veio a público alertar sobre a desinformação. "Apenas para ser, absolutamente, 100 por cento, claro: Elena Ferrante não está morta. A conta que diz que ela morreu é falsa".
Just to be absolutely 100 percent clear: Elena Ferrante is not dead. The account saying she is dead is fake.
— Alex Shephard (@alex_shephard) August 25, 2022
No Brasil, a morte mentirosa também teve repercussão. A escritora e roteirista, Renata Corrêa, ironizou a ressurreição de Elena Ferrante no tempo de "tomar um drink". Já a jornalista do Estadão Rita Lisauskas, em tom de brincadeira, disse compreender os motivos para o falecimento da italiana ser inventado.
Caraca não posso ir tomar um drink com as minhas amigas que a Elena Ferrante morre e ressuscita? https://t.co/0inJgObbDp
— ReNSGA Corrêa HITS! ??? (@renatacorrea) August 25, 2022
Se eu fosse uma escritora napolitana milionária e best seller que publicasse sob pseudônimo: grandes chances de acordar um dia de ovo virado, decidir criar um fake para avisar ao mundo que estou morta
— Rita Lisauskas (@RitaLisauskas) August 25, 2022
Debenedetti 'ataca' novamente
A falsa morte de Elena Ferretti não é a primeira no currículo de Tommaso De Bendetti. O italiano, porém, não pregava suas pegadinhas faz tempo. Em 2012, ele foi tema de reportagem do The Guardian. Debenedetti diz, na entrevista ao periódico inglês, que inventa mortes para expor a fraqueza da mídia.
Há 10 anos, ele criou o falso falecimento do Papa Bento XVI e do cineasta Pedro Almodóvar, ambos vivos. De Benedetti também inventou a morte do ex-chefe de Estado cubano Fidel Castro, que se concretizou quatro anos depois, em 2016.