Já ouviu? IA cria músicas inspiradas em hit de Taylor Swift
Nos últimos dias, a música "Funk the Ophelia" tem causado alvoroço nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde se tornou viral em pouquíssimo tempo. A faixa, criada por inteligência artificial, é descrita como uma versão "inspirada" (ou quase uma cópia) de "The Fate of Ophelia", canção lançada por Taylor Swift no álbum "The Life of a Showgirl".
Outra versão que bombou nas redes é a versão da faixa no estilo pagode, intitulada "Sina de Ofélia". Ela foi gerada por um fã usando ferramentas de IA que simulam vozes bem parecidas com as de Luísa Sonza e Dilsinho. Muitos fãs chegaram a pedir que os artistas brasileiros gravassem a canção de verdade. Tanto Luísa quanto Dilsinho chegaram a fazer vídeos dublando a versão gerada pela IA - tudo de forma bem humorada nas redes sociais.
O que diz a lei brasileira sobre isso?
No Brasil, a Lei de Direitos Autorais exige autoria humana para proteção legal. Isso significa que uma obra puramente criada por IA sem uma contribuição criativa humana relevante não recebe proteção autoral. Segundo especialistas, isso cria uma espécie de "limbo jurídico": a música pode viralizar e ser reproduzida nas plataformas, mas juridicamente não nasce com um autor definido.
Quando a semelhança com obras existentes é muito alta, como no caso das versões relacionadas a "The Fate of Ophelia", a análise legal fica ainda mais complexa. Issoporque pode haver elementos reconhecíveis que remetem diretamente à obra original, o que pode ser interpretado como obra derivada não autorizada, proibida pela lei.
Como a IA "recriou" músicas de Taylor Swift?
Apesar da impressão de que a IA "cria do zero", esses sistemas funcionam combinando e recombinando dados de músicas e estilos já existentes. Quando a base de dados inclui obras atuais ou padrões específicos, a nova música pode soar tão semelhante que levanta preocupações de plágio ou violação de direitos.
Especialistas acreditam que as leis de direitos autorais precisarão evoluir para lidar com essa nova realidade tecnológica. Possíveis mudanças incluem:
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Regras específicas para o uso de obras no treinamento de IA;
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Transparência sobre quais materiais estão sendo usados pelas plataformas de IA;
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Mecanismos de licenciamento para criadores que desejem manter suas obras fora de bancos de dados de IA;
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Um reconhecimento mais claro de autoria híbrida quando há contribuição humana verificável.
Responsabilidade no ambiente digital
Além disso, o papel das redes sociais e plataformas de áudio pode ganhar mais atenção: quando há monetização ou incentivo de conteúdos que usam vozes semelhantes a artistas famosos, cresce a discussão sobre a responsabilidade dessas plataformas na proteção dos direitos dos criadores.
No fim das contas, o que esses casos mostram é que criatividade não pode ser simplesmente terceirizada para máquinas sem implicações legais, e que a música feita por IA está mudando a conversa sobre direitos autorais no século 21.
#Dica de Fã:Curtir versões criativas feitas por IA é divertido, mas vale ficar de olho em como isso mexe com a música real que você ama e com os direitos dos artistas de verdade!