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Ministério Público pede R$ 7 milhões para Júlio Cocielo por tuíte sobre Mbappé

Promotores alegam que houve 'notória manifestação de racismo em sua associação com assaltantes que praticam roubos nas praias brasileiras' e que o youtuber violou por anos os direitos fundamentais e a Constituição

14 set 2018 - 11h50
(atualizado às 15h14)
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O youtuber Júlio Cocielo. 
O youtuber Júlio Cocielo.
Foto: Instagram/@cocielo / Estadão

O Ministério Público de São Paulo ajuizou uma ação civil pública na última quarta-feira, 12, contra o youtuber Júlio Cocielo e pede R$ 7,4 milhões por dano social coletivo. No fim de junho, durante a Copa do Mundo, o youtuber fez um tuíte sobre o jogador Mbappé que causou revolta por seu teor racista.

Os promotores de Justiça de Direitos Humanos Eduardo Valério e Bruno Orsini Simonetti justificam que o youtuber usou o Twitter para violar os direitos fundamentais, os direitos humanos, a Constituição Federal e Tratatados Internacionais de Direitos Humanos.

"Trata-se de um jovem jogador negro, francês de ascendência camaronesa, de compleição física robusta e que mostrou, nos jogos da seleção francesa na Copa da Rússia, impressionantes velocidade e explosão, daí advindo, em notória manifestação de racismo, a sua associação com os assaltantes (negros, na ótica do autor) que praticam crimes de roubo nas praias brasileiras, sobretudo fluminenses, sempre sob contínua e desabalada corrida", escrevem os promotores na ação.

O MPSP pede que Cocielo seja condenado a pagar mais de R$ 7 milhões por dano social coletivo. Os promotores também pedem que seja decretada a quebra do sigilo bancário do réu, a fim de subsidiar a sua condenação na obrigação de pagar a quantia imposta (R$ 7.498.302).

"Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia, hein", tuitou Cocielo no dia 30 de junho, durante o jogo da França contra a Argentina. Imediatamente criticado, Cocielo apagou a publicação, mas internautas resgataram diversos tuítes racistas publicados entre 2010 e 2018. Com a repercussão negativa, Cocielo apagou as publicações antigas e, dias depois, publicou um vídeo se explicando. O caso fez com que marcas que já haviam feito parcerias publicitárias com ele cancelassem contratos e suspendessem ações.

O E+ entrou em contato com a assessoria do youtuber, mas ainda não recebeu resposta.

Estadão
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