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Michael Jackson lutava desesperadamente contra a insônia

26 ago 2009 - 10h21
(atualizado às 15h07)
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Os últimos dias de Michael Jackson, conforme relatados por um oficial envolvido nas investigações de sua morte, mostram um homem numa luta desesperada contra a insônia, suplicando a seu médico que lhe desse seu coquetel diário de sedativos e soníferos.

O médico do "rei do pop", o cardiologista Conrad Murray, "declarou que Jackson estava habituado aos medicamentos e que se referia a eles como seu 'leitinho'", conta o detetive da polícia de Los Angeles (LAPD), Orlando Martinez, em uma declaração sob juramento.

Segundo o depoimento, que acompanha o mandato de busca que permitiu à LAPD revistar o consultório de Murray, em Houston (Texas), Michael Jackson se debatia, pelo menos há seis semanas, entre sua insônia crônica e sua dependência de medicamentos considerados perigosos, entre eles o potente anestésico Propofol (o excesso do medicamente, no organismo do astro, ocasionou sua morte).

"Nenhum tratamento contra a insônia inclui o Propofol", declarou à AFP o dr. Drew Pinsky, psiquiatra que atende celebridades de Hollywood e apresenta o programa Celebrity Rehab num canal a cabo. "O problema de Jackson não era insônia, era a dependência dos medicamentos", diz Pinsky, acrescentando que "mesmo em Hollywood, é muito raro alguém conseguir esse tipo de medicamento".

A descrição detalhada das últimas horas de Jackson pelo detetive Martinez revelam a vida pouco invejável do pop star. Murray admitiu à polícia que começou a tratar a insônia de Jackson com Propofol seis semanas antes de sua morte, com a injeção de 50 miligramas do anestésico por noite.

O médico contou ainda que tentou fazer com que seu paciente se desacostumasse da dosagem, substituindo o Propofol por outros medicamentos, como os sedativos Lorazepam e Midazolam.

Segundo a declaração de Martinez, na noite anterior à morte do cantor, Murray decidiu dar a ele um Valium. Como o remédio não fez efeito, resolveu administrar meia hora depois uma dose de Lorazepam.

Cerca de duas horas depois, o cantor não conseguia conciliar o sono e o médico deu então Midazolam. Mais uma vez, sem sucesso. Michael não conseguia dormir.

Por insistência do artista, Murray por fim ministrou 25 miligramas de Propofol às 10h30 do dia 25 de junho, duas horas antes de sua morte. Depois dessa injeção, Jackson por fim conseguiu dormir e seu médico se ausentou do quarto para fazer algumas ligações telefônicas. Quando voltou para ver o paciente, o cantor já não estava respirando.

Murray tentou reanimá-lo sem sucesso, chamou os empregados e providenciou a transferência de Jackson para o Hospital da Universidade da Califórnia de Los Angeles (UCLA), onde foi, por fim, declarado morto às 14H00, horário local.

Para o doutor Jeffrey Lieberman, chefe do departamento de Psiquiatria da Universidade de Columbia, em Nova York, a reação de Jackson diante da insônia "é um padrão muito comum de um dependente, que precisa de drogas muito mais fortes que superem a tolerância de seu corpo ao medicamento. O risco de aumentar a dose ou acrescentar outra mais potente é sempre uma overdose", explicou. "Você fica com seu sistema nervoso central tão sedado que não consegue manter suas funções vitais básicas. Prescrever esse conjunto de drogas está além do que qualquer médico consciente poderia fazer", concluiu.

Alexandre Rocha Abreu, professor de medicina da Universidade de Miami, é mais enfático. "O Propofol não é uma droga para tratar insônia em caso algum. É extremamente perigosa e só pode ser administrada num hospital."

Os investigadores acharam oito vidros de Propofol na mansão de Jackson, entre outros sedativos prescritos por Murray, pelo dermatologista Arnold Klein e outro médico, dr. Allan Metzger, que também são alvo da investigação.

Michael Jackson em foto de 2005
Michael Jackson em foto de 2005
Foto: Getty Images
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