Maria Cândida revela falência e exclusão aos 40: “Não existiam pretas, gordas e velhas na TV”
Apresentadora relata dolorosa experiência de etarismo e recebe apoio de Luciana Gimenez, também vítima do mesmo preconceito
No podcast ‘Bagaceira Chique’, de Luciana Gimenez, a jornalista Maria Cândida, de 54 anos, detalhou a fase mais difícil de sua vida profissional, quando optou ser produtora independente de conteúdo, após ter sido destaque na Globo, SBT e Record.
“Eu não tinha mais dinheiro nenhum, eu quebrei, fui lá no fundo do poço, sem nada”, conta. “Vendi apartamento, vendi carro.”
Sem perspectiva de manter a autonomia fora da televisão, a apresentadora recorreu aos antigos empregadores.
“Neste período que eu precisava voltar para a TV, precisava ganhar um fixo, foi quando eu já tinha uns 43 (anos) e fui em todas as TVs”, lembra.
“Eu queria fazer qualquer coisa porque eu precisava de dinheiro, precisava trabalhar.”
Nas reuniões, Maria Cândida ouvia desculpas variadas para não ser contratada: “você já fez tanto sucesso, vai fazer outra coisa”, “você é muito cara”, “você é muito boa pra gente, não temos espaço”.
“Eu deduzi que estava velha para o mercado. É o que acontece com a gente (ao envelhecer). Não existiam na TV mulheres pretas, mulheres gordas e mulheres velhas”, afirma. “Eu sofri o etarismo na pele aos quarenta e poucos anos”
A comunicadora fez uma provocação. “Quem contrata uma senhorinha de 75 anos para ser repórter de um programa? Ninguém.”
Luciana Gimenez, 55, contou também ter sofrido etarismo. “Fui fazer uma capa de revista, eu estava com 40 anos, e falaram assim ‘a editora falou que você não pode fazer essa capa porque está velha demais’. Uma louca, eu queria dar na cara dela, mas não podia.”
Hoje, Maria Cândida é ativista da maturidade e voz poderosa em defesa das mulheres 50+. Ela roda o país para divulgar seu livro ‘Menopausa como Jornada’. Seu último emprego diante das câmeras foi como repórter do ‘É de Casa’, na Globo, em 2024.