Leo Lins publica foto irônica com 'kit prisão' após condenação na Justiça; veja
Publicação surge poucos dias após a Justiça Federal condenar o humorista a oito anos e três meses de reclusão
Leo Lins reagiu com ironia à decisão judicial que determinou sua pena de mais de oito anos de prisão por piadas consideradas discriminatórias.
Em postagem feita nas redes sociais nesta segunda-feira, 9, ele compartilhou a foto de um embrulho intitulado "kit cadeia".
O comediante de 42 anos publicou a imagem do pacote com itens simbólicos como um cigarro, um celular e até uma algema. "Isso é rir da minha desgraça. Vou processar! (Aviso: ironia)", escreveu ao lado da imagem.
A publicação surge poucos dias após a Justiça Federal condenar o humorista a oito anos e três meses de reclusão. Além da pena, a decisão estabelece o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos, com base na divulgação de piadas consideradas ofensivas a minorias sociais.
Entenda o caso
O vídeo que gerou a condenação, produzido em 2022, mostra o show "Pertubador" no qual o humorista fez uma série de declarações contra negros, idosos, obesos, portadores de HIV, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus e pessoas com deficiência.
Em agosto de 2023, quando a veiculação no YouTube foi suspensa por decisão judicial, a publicação tinha mais de três milhões de visualizações na plataforma.
A disponibilização do vídeo pela internet e a "grande quantidade de grupos sociais atingidos" foram fatores que a Justiça Federal considerou para aumentar a pena aplicada ao comediante. Saiba mais sobre a condenação aqui.
O que diz a defesa de Leo Lins
"A defesa do humorista Leo Lins recebeu, na presente data, com grande surpresa, a publicação da sentença que lhe impôs pena de 8 anos, 3 meses e 9 dias de reclusão, em regime fechado, além do pagamento de R$ 303.600,00 a título de danos morais coletivos.
Trata-se de um triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil, diante de uma condenação equiparada à censura.
Ver um humorista condenado a sanções equivalentes às aplicadas a crimes como tráfico de drogas, corrupção ou homicídio, por supostas piadas contadas em palco, causa-nos profunda preocupação.
Apesar desse episódio, mantemos plena confiança no Poder Judiciário nacional, que tantas vezes tem sido acionado para garantir direitos e liberdades individuais.
A defesa informa que interporá o competente recurso de apelação e confia em que essa injustiça será reparada em segunda instância."