'Freiras fugitivas' se negam a deixar as redes sociais e fazem sucesso
"freiras fugitivas" acumulam milhares de seguidores ao mostrar a rotina no mosteiro e desafiar a determinação da Igreja.
O caso das três freiras que decidiram não abandonar as redes sociais continua chamando atenção na Europa e além dela. O trio formado pelas irmãs Rita, Bernadette e Regina ganhou projeção depois que, segundo a agência DW, se recusou a aceitar a determinação do superior religioso que exigia afastamento total da internet para que elas permanecessem vivendo no Mosteiro de Goldenstein, na Áustria. A situação se tornou ainda mais polêmica após as religiosas deixarem um lar de idosos, em setembro deste ano, para voltar ao mosteiro, contrariando uma ordem direta da Igreja Católica.
Desde então, as três têm usado as plataformas digitais para mostrar o dia a dia dentro do ambiente religioso, compartilhando momentos de oração, trabalho comunitário e reflexões espirituais. A espontaneidade, combinada ao tom bem-humorado dos vídeos, fez com que rapidamente ultrapassassem a marca de 240 mil seguidores, número que segue em constante crescimento. Apesar do apoio popular, a forte exposição incomodou setores da Igreja, que passaram a acompanhar o caso mais de perto. O episódio acabou sendo levado ao Vaticano, onde autoridades religiosas analisam a conduta das irmãs.
Mesmo com a pressão, o trio afirma não ter intenção alguma de abandonar as redes. A irmã Rita declarou: "Estou bem tranquila quanto a isso. Por quê? Eles não podem calar a nossa boca, dizendo assim, do meu jeito", demonstrando firmeza diante das críticas. Em sinal de resistência, as três encaminharam uma carta ao Vaticano pedindo a destituição do diretor do mosteiro. A irmã Bernadette reforçou a convicção do grupo ao afirmar: "Nós já nos sacrificamos o suficiente nesta vida. Acho que o papa está do nosso lado". Enquanto aguardam uma resposta oficial, seguem produzindo conteúdo e conversando com seus milhares de seguidores, que continuam acompanhando cada capítulo dessa inesperada disputa entre fé, modernidade e autoridade religiosa.
Até onde vai a resistência das "freiras fugitivas"?
A permanência das religiosas nas redes sociais levanta questões sobre limites, autonomia e tradição dentro da vida monástica. Mesmo enfrentando pressões internas, elas demonstram determinação em manter sua rotina online, sustentando que a comunicação direta com o público faz parte de sua missão espiritual. O futuro do trio ainda é incerto, mas sua voz ao menos por enquanto permanece ativa e amplificada pela força da internet.