Dia Mundial do Vitiligo: quem são os famosos que venceram o preconceito com a doença
Cantor Michael Jackson chegou a sofrer retaliações devido à maneira que resolveu lidar com o vitiligo, acelerando o clareamento da pele
O vitiligo é uma doença autoimune, hereditária e sem cura. Apesar de o único sintoma ser o clareamento da pele, existe um estigma social em torno dela e sua transmissão.
O cantor Michael Jackson (1958-2009), por exemplo, sofreu retaliações por conta da maneira que resolveu lidar com o vitiligo. Na época, ele optou por acelerar o clareamento da pele, o que foi tido como controverso por ele ter nascido negro.
A doença voltou a ser pauta nos últimos tempos com a ascensão de nomes que se empoderam do vitiligo e tratam a diferença como algo para orgulhar. Em 2022, Natália Deodato trouxe a doença para os holofotes ao partipar do 'BBB22', mas antes dela outras celebs já trabalhavam na desmistificação da doença. Confira a lista!
Winnie Harlow
Os primeiros sinais do vitiligo surgiram quando a modelo Winnie Harlow tinha 3 anos. Por volta dos 7, ela viu as amigas da escola se afastarem por causa do preconceito. Amante da moda e longe de se ver representada nas revistas, ela investiu na carreira de beleza, onde prosperou, quebrou padrões e fez sucesso.
Rappin Hood
A doença afetou a região dos olhos e das mãos do rapper brasileiro. Em entrevista à rádio CBN em 2022, Rappin Hood revelou que o vitiligo salvou sua vida. O artista relembrou que seus amigos o rejeitaram no mundo do crime, pois receavam que as manchas que ele tem no rosto facilitassem o reconhecimento pela polícia.
Luiza Brunet
A modelo revelou ao Uol, em 2016, que sofre com vitiligo. Ela foi diagnosticada com a doença ainda pequena, com apenas 2 anos, e e foi afetada apenas a região das mãos.
Igor Angelkorte
Conhecido por produções como 'Além do Horizonte' e 'Dupla Identidade', o ator também já se posicionou publicamente sobre o seu diagnóstico. Segundo ele, a doença começou a dar os primeiros sinais quando tinha apenas 10 anos.
Thomas Lennon
O ator norte-americano, conhecido por seus papéis em 'Uma Noite no Museu' e 'Hancock', tem manchas esbranquiçadas nas mãos, quadris e rosto. A doença, assim como nos demais casos, surgiu na infância.
O que é vitiligo e como age
Apesar de não ser transmissível e seu principal sintoma ser a mudança na coloração da pele, o vitiligo é cercado de estigmas e preconceitos. Mesmo sendo algo relativamente comum, a medicina moderna ainda não descobriu cura para a doença, nem o motivo de sua existência.
De acordo com a dermatologista Tatiane Curi, o diagnóstico é feito a partir de manchas brancas que surgem espontaneamente e não coçam, nem doem. Segundo explica, essa descoloração da pele ocorre devido à diminuição de melanócitos - substância que pigmenta a pele -, que são atacados pelo sistema imunológico sem motivo aparente.
A ausência ou insuficiência do pigmento leva ao clareamento da pele.
"O vitiligo pode acometer só uma parte da pele ou possuir marcas localizadas. Apesar de ser uma condição genética, a doença pode ser maximizada por fatores emocionais e psicológicos, como estresse", aponta a especialista.
DNA como bússola
O histórico familiar pode alertar para um possível quadro de vitiligo. No entanto, ainda não existem formas de prevenir ou deter a doença. A única possibilidade, atualmente, é de atrasar a manifestação do vitiligo.
"Mesmo que as marcas não causem incômodo em uns, qualquer pessoa pode ter a liberdade de escolha e, se a escolha for tratar, existem tecnologias certas e seguras para isso", acrescenta Tatiane Curi.
Por outro lado, a exposição frequente a toxinas, o estresse e lesões consideradas relevantes, como traumatismo craniano, também podem desencadear a enfermidade no organismo.
O principal tratamento da doença é o uso de antibióticos. Além disso, especialistas também recomendam o uso de filtro solar nas regiões afetadas pelo vitiligo.
"São várias as opções para lidar com vitiligo e elas podem variar de acordo com a região da lesão. Atualmente temos medicamentos tópicos, como cremes ou pomadas à base de corticoide; medicamentos sistêmicos, usados por via oral e fototerapia. O mais avançado é o laser (Exciplex), que age na eliminação de células T. Em últimos casos, indica-se o transplante de melanócitos".
*Com edição de Estela Marques.