PUBLICIDADE

'La Casa de Papel': dá mesmo para imprimir € 984 milhões?

Somos geeks, somos fãs de seriados, é impossível não questionar: isso que vimos na série pode mesmo ser feito? Este texto contém spoilers.

7 ago 2018 - 11h59
(atualizado às 12h23)
Compartilhar
Exibir comentários

Na série La Casa de Papel, acompanhamos um grupo de criminosos (eu deveria dizer quadrilha, mas alguém consegue chamar esses bandidos simpáticos de “quadrilha”?) invadindo a Casa da Moeda da Espanha com o intuito de imprimir muitas notinhas e fugir por um túnel. Inicialmente, não sabemos os nomes verdadeiros deles, apenas seus apelidos, que são os mesmos de cidades famosas (Denver, Rio, Berlim, Tóquio etc.). Guiados pelo Professor, o idealizador do assalto, a história se desenrola.

Foto: Netflix / Divulgação

Como toda boa série latina, não podia falta muito amor, sangue, suor e lágrimas para temperar os ânimos. No oitavo episódio da segunda parte de La Casa de Papel, o Professor, o único integrante da quadrilha que estava fora da Casa da Moeda (pronto, falei!), termina de abrir o túnel, entra no local e é conduzido por Nairóbi até a sala onde todo o dinheiro impresso está guardado. Ao todo são € 984 milhões, devidamente empacotados.

A série faz questão de nos informar o dia, horário e quantas horas se passaram desde o início do assalto. A ação começa às 08h35 de uma sexta-feira e termina às 18h28 de uma quarta-feira – cerca de 130 horas, no total.

Se descontarmos o tempo de entrar na Casa da Moeda e toda a ação depois que Berlim ordena que Nairóbi pare as máquinas, temos 114 horas de impressão ininterrupta de dinheiro. São 8,6 milhões por hora – nada mal, não acha?

Nairóbi também menciona, no segundo episódio da primeira parte, que as máquinas funcionarão 24 horas por dia, com paradas técnicas a cada 3 horas. Além disso, a cada meia hora que a máquina ficar parada, eles perdem meio milhão.

Eu sei que estamos falando de uma ficção e que ela é tipo Lua de Cristal: o que você quiser, basta acreditar. Mas você acha mesmo que seria possível imprimir tanto dinheiro em tão pouco tempo?

Bem, a resposta mais direta é NÃO.

E aí, Professor, vai fazer o que com essa grana toda?
E aí, Professor, vai fazer o que com essa grana toda?
Foto: Netflix / Divulgação

A verdadeira Casa de la Moneda está mais para um centro cultural do que um local onde se imprime dinheiro. Por isso, transfiro a comparação para a Casa da Moeda brasileira, onde nosso dinheiro é (quase sempre) impresso. Segundo um artigo no site Superinteressante, são impressas cerca de 10 mil folhas por hora – e cada folha rende 50 notas. Ou seja, se imprimíssemos apenas notas de R$ 100, em uma hora seria possível produzir R$ 50 milhões. Até aí, nada de errado.

O problema é que não dá pra sair imprimindo e empacotando a grana, as notas precisam secar por dois dias. Cada nota recebe 15 pigmentos diferentes, fora o número de série e a faixa holográfica na lateral das notas de R$ 100.

No fim das contas, o processo completo de impressão, análise e acabamento de cada nota leva cerca de dez dias. Não restam dúvidas: o sr. Torres é o melhor empregado de todos os tempos.

Vale lembrar ainda que no segundo episódio da primeira parte de La Casa de Papel, Tóquio menciona que eles almejam sair com dois mil e quatrocentos milhões de euros – mas, no final, eles não conseguem arredondar nem 1 bilhão. De qualquer forma, entre mortos, feridos e novas famílias formadas, eles devem ter saído nadando em dinheiro – € 196,8 milhões para cada um dos cinco sobreviventes.

E você, o que faria com toda essa grana?

Ah, e só pra lembrar...

[Parceria Coisas que Aprendemos com Séries]

Geek
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade