Gabriela Loran celebra primeira novela das nove: 'As pessoas trans não são feitas só de dor'
Intérprete de Viviane em Três Graças, Gabriela Loran comemora papel dos sonhos e fala sobre representatividade, trajetória e esperança
A intérprete de Viviane, personagem da novela Três Graças (Globo), Gabriela Loran festeja ter conquistado o trabalho dos sonhos e torce para quebrar estigmas e estereótipos da comunidade trans na televisão. Em entrevista à Contigo!, ela reflete sobre a importância da personagem, a parceria com Pedro Novaes e o impacto de sua trajetória.
Qual a sensação de estar embarcando em sua primeira novela das 9?
"Em Renascer, tive um saborzinho do que é, mas agora é do começo ao fim. Estou muito ansiosa para ver isso logo no ar e vivendo cada momento como se fosse único. Estou querendo viver o presente que essa novela está sendo na nossa vida."
O que a Viviane traz de mais especial para a novela e também para a sua história?
"A Viviane é a personagem que sempre sonhei em interpretar. A gente quer personagens com nuances. Ela é trans, mas ser trans não define a mulher que ela é. Eu sou trans, vou morrer trans, mas isso não me define. Ela está nesse lugar de protagonismo, que tem relevância dentro da história. Ela tem essa relação incrível com a Gerluce, ela é amada pelas pessoas. Ela tem um diploma, ela mostra para outras pessoas que isso é possível."
Você e o Pedro Novaes viverão um casal na trama. Como está a parceria com ele?
"O Pedro é um homem incrível, um artista exemplar. Nossas trocas têm sido muito gostosas. Ele me escuta, ele quer se aprofundar, quer aprender sobre esse universo. Ele é alguém interessado em fazer dar certo e é isso que a gente tem feito nas nossas cenas juntos."
Onde que as trajetórias da Viviane e da Gabriela se encontram?
"Eu acredito muito na lei da atração. Eu queria muito fazer uma novela com uma personagem interessante. Meu primeiro trabalho foi em uma farmácia. Vivi esse universo de assinar receita, conversar com os clientes... Eu dava muita atenção para as pessoas. Ela é muito próxima de mim."
Quais as lições que o público vai poder absorver a partir desta personagem?
"Poder mudar o imaginário das pessoas mostrando que existimos, que não estamos só morrendo. Parece clichê, mas o Brasil ainda é o país que mais mata pessoas trans no mundo inteiro. Mas as pessoas trans não são feitas só de dor. A Viviane cuida das pessoas, ela se apaixona, ela curte a vida. Ver a personagem nesse lugar de importância e relevância consegue mudar os clichês. Quando eu, Gabriela, vou para a rua não penso se vou sofrer transfobia, se vou usar esse ou aquele banheiro. Penso se vou me atrasar, se vou ver meu namorado. Eu vou fazer 10 anos de carreira ano que vem. Pensar nessa trajetória é pensar nas mulheres que trago comigo: negras, da periferia, trans, LGBTs. Sem dúvida, é uma responsabilidade muito grande, mas também é o resultado de tudo que venho plantando até aqui."
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