PUBLICIDADE

Festival Negritudes no RJ reúne mais de 1,5 mil pessoas

18 mai 2024 - 10h27
Compartilhar
Exibir comentários

Na última sexta-feira (17), o Galpão da Ação da Cidadania na Gamboa, Rio de Janeiro, foi palco de encontros emocionantes, celebração da ancestralidade e discussões sobre a potência da presença negra no audiovisual brasileiro. O Festival Negritudes Globo no Rio de Janeiro reuniu mais de 1,5 mil pessoas, ao longo de todo dia, que acompanharam presencialmente mesas que exaltaram as raízes afro-brasileiras, a profunda conexão com o continente africano e reivindicaram mais inclusão e representatividade nas produções audiovisuais no país. O evento ficará disponível no Globoplay para quem quiser ver e rever.

Ronald Pessanha, líder do Negritudes Globo, conta que a Plataforma Negritudes já vai para o seu quinto ano e surgiu a partir de um anseio de ampliar o debate sobre as narrativas negras, fazendo com que o mercado audiovisual dê mais luz e foco para essa pauta. "O Festival Negritudes é parte da Plataforma Negritudes. Movimento que conta com ações internas, imersões e campanhas institucionais. Ela vem crescendo nos últimos cinco anos e, em 2024, ampliamos ainda mais ao levar o Festival Negritudes para três cidades diferentes. Além dessa edição no Rio, estaremos em Salvador, no dia 18 de julho, e em em São Paulo, em agosto. Outra novidade é a ampliação das mentorias, conectando profissionais negros da Globo com profissionais negros do mercado e promover ainda mais inclusão preta no audiovisual. Desse modo, conseguimos inspirar ainda mais pessoas e nos conectar mais com o próprio Brasil", declara Ronald.

Foto: Lilo Oliveira / Globo / The Music Journal

Um dia de pertencimento e celebração

O refrão "Foco, força, fé, resistência e atitude. Isso é Negritudes", entoado por MC Estudante, abriu o evento. O primeiro painel, "Sucesso e Inspiração", foi mediado pela jornalista Maju Coutinho, com participação da atriz Regina Casé, do criador de conteúdo Hugo Gloss e da apresentadora Thelminha de Assis. Uma conversa que celebrou as conquistas e reiterou a importância da busca pela realização dos sonhos, servindo de inspiração para outras pessoas negras.

A importância de quebrar o paradigma da narrativa de sofrimento imposta aos negros e mostrar que sorrir também é resistir foi o fio condutor da segunda mesa, mediada pela jornalista Aline Midjei, com participação da atriz Sheron Menezzes, do fotógrafo Wendy Andrade, da CEO da Nhai Raquel Virginia e do influenciador Julio de Sá.

As multilinguagens do audiovisual e os profissionais que trazem nessa diversidade histórias tão coletivas e ao mesmo tempo tão peculiares, foram alguns dos pontos debatidos no papo mediado por Kenya Sade, com a presença da diretora Luisa Lima, o autor e diretor Elísio Lopes, o pianista Jonathan Ferr e o empresário Kondzilla.

Em um dos momentos mais emocionantes e aguardados do festival, Tais Araújo reforçou como a arte pode ser potente ao conectar vidas e histórias. Dividindo o palco com a atriz congolesa Prudence Kalambay, refugiada do Congo, e Lázaro Ramos, com mediação de Lilian Ribeiro, relembrou a potência das histórias. "É a coisa mais linda como a arte consegue transformar vidas, pessoas e povos. Podemos chamar esse encontro de o poder da arte", reforçou Tais.

Prudence, que aprendeu a língua portuguesa acompanhando novelas da Globo enquanto vivia em Angola, reafirmou que o sonho de conhecer o casal foi um dos motivos que a trouxeram para o Brasil.  "O Brasil é um país de oportunidades e estou muito feliz de estar aqui. Sou uma artista e venho de um país que passou por muitas guerras. Estar perto desse casal é também mostrar a nossa representatividade e ancestralidade de verdade."

Outro momento de grande comoção foi a participação dos veteranos Zezé Motta e Antonio Pitanga, que participaram de um papo sobre as ancestralidades negras e seu impacto no audiovisual com Átila Roque, mediado por Rita Batista.

Antonio Pitanga fez questão de reverenciar personalidades negras importantes que vieram antes, em diversas esferas, como Luiz Gama, Machado de Assis, Benjamin de Oliveira, Lima Barreto, Milton Gonçalves, Ruth de Souza, Léa Garcia, entre outros. "Com meus 85 anos ver essa negritude na tela é muito importante. É sinal que a caminhada tem valido a pena", disse.

Zezé Motta dividiu o mesmo sentimento de felicidade ao lembrar de sua trajetória como artista. "É uma sensação de que tudo valeu a pena ao saber que sirvo de inspiração para negros e negras. Estamos percebendo muitas mudanças e é muito bom abrir esses caminhos", afirmou a atriz e cantora.

Alexandre Henderson, o comentarista Milton Cunha, o carnavalesco da Portela André Rodrigues, a cantora Tati Quebra Barraco e o ator Jonathan Azevedo estiveram na mesa que encerrou o Festival Negritudes Globo no Rio de Janeiro, em uma conversa sobre as tradições negras cariocas.

The Music Journal The Music Journal Brazil
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade