Toda forma de amor vale a pena, em nova comédia romântica
Muitos namorados devem estar de cabelo em pé com a possibilidade de serem convocados a acompanhar suas namoradas a alguma sessão da comédia romântica Idas e Vindas do Amor, que estreou esta semana nos cinemas. O medo procede já que é um típico "filme de mulherzinha" - e aqui, por favor, as feministas de plantão podem guardar as garras, já que é sabido que filmes açucarados e com "happy end" são identificados pela indústria do cinema como filmes para caírem no gosto feminino -, e só a menção da palavra "amor" já causa arrepios nos machões latinos, cuja preferência esbarra mais num programa regado a sopapos e balas zunindo.
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Mas os que tiverem paciência de acompanhar suas caras-metades num programa que inclua almoço (ou jantar) + compras no shopping hypado da cidade, seguido da despretensiosa sessão de Idas e Vindas do Amor, irão se surpreender.
O filme já começa com um de seus trunfos: a trilha sonora. Recheada de clássicos revisitados por estrelas pops como Jamiroquai e Maroon 5.
Depois vão desfilando, uma a uma, a constelação de estrelas de seu elenco, começando pelo belíssimo e talentoso Ashton Kutcher e também pela belíssima (mas sem o mesmo talento) Jessica Alba - para agradar às gregas e aos troianos. Shirley McLaine, Kahty Bates, Hector Elizondo, Julia Roberts, Jamie Foxx, Patrick Dempsey, Jennifer Garner, Anne Hathaway e Queen Latifah, entrou outros - são mais de 15 nomes conhecidos -, complementam o desfile de estrelas - só a insossa Taylor Swift, a melhor performance de country (!) do Grammy, não emplaca. E tudo isso para contar pequenas histórias de amor e também de desamor e traição, que se passam durante o dia 14 de fevereiro - o Dia dos Namorados nos Estados Unidos.
Entre as histórias mais saborosas, destaque para a do garotinho Edison (Bryce Robinson), que se encanta por uma garota inacessível, do casal Estelle (Shirley McLaine) e Edgar (Hector Elizondo), que se prepara para renovar os votos do casamento, do atleta solitário Sean Jackson (Eric Dane) e da capitã do exército americano Kate Hazeltine (Julia Roberts). Nelas (e nas demais), o amor aparece intenso, eterno, incondicional, maduro, imaturo, secreto e, quase sempre, íntegro.
A pegada é a mesma dos saudosos filmes do mesmo gênero produzidos na década de 50, estrelados por Doris Day ou mesmo por Katherine Hepburn ou Shirley McLaine - não à toa ela está no elenco de Idas e Vindas do Amor. É um programa para acumular créditos com as namoradas e amigas. Leve, sim, mas que, por isso mesmo, não faz mal a ninguém. Pelo contrário.