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'Gen V' retorna mais política e explosiva: 'A liberdade morre quando controlam os jovens', diz ator

Spin-off de 'The Boys' retorna nesta quarta-feira, 17, e foca na resistência política de alunos de uma faculdade de super-heróis

17 set 2025 - 20h11
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A segunda temporada de Gen V retorna nesta quarta-feira, 17, com os três primeiros episódios chegando ao Prime Video de uma vez só. O spin-off de The Boys foca na vida acadêmica dos alunos da mais renomada instituição de ensino superior no mundo dos super-heróis, a Universidade Godolkin.

O clima político da faculdade, no entanto, nunca esteve tão polarizado. Após os acontecimentos da primeira temporada de Gen V — em que um massacre de humanos ocorreu no campus — e da quarta temporada de The Boys onde Homelander (Antony Starr) assumiu o comando dos Estados Unidos —, a universidade se tornou um antro de supremacistas anti-humanos.

Após os acontecimentos da primeira temporada de 'Gen V', Marie Moreau (Jaz Sinclair), Emma Meyer (Lizze Broadway) e Jordan Li (London Thor e Derek Luh) são considerados inimigos públicos
Após os acontecimentos da primeira temporada de 'Gen V', Marie Moreau (Jaz Sinclair), Emma Meyer (Lizze Broadway) e Jordan Li (London Thor e Derek Luh) são considerados inimigos públicos
Foto: Divulgação/Prime Video / Estadão

A série, então, retoma a história do grupo de protagonistas do primeiro ano. Marie Moreau (Jaz Sinclair), Emma Meyer (Lizze Broadway) e Jordan Li (London Thor e Derek Luh) são soltos da prisão após tentarem impedir o massacre de humanos. Apesar de relutantes, eles acabam aceitando retornar ao campus.

Já Cate Dunlap (Maddie Phillips) e Sam Riordan (Asa Germann), que estavam por trás do massacre, foram vendidos como heróis para o público e se tornaram os novos alunos modelos da Godolkin. Os antigos colegas, no entanto, não compram essa nova versão dos fatos. Para complementar a narrativa, a universidade contratou um novo reitor — Cipher (Hamish Linklater), um super-herói misterioso cuja missão é desenvolver as habilidades dos alunos ao nível mais alto possível.

A disputa entre as duas facções encontra ecos no mundo de The Boys, que cada vez mais vê uma escalada autoritária por parte de personagens como Homelander. No universo da série, uma guerra civil entre humanos e super-heróis parece inevitável. Ao longo dos últimos quatro anos, a obra criada por Eric Kripke se estabeleceu como uma sátira do universo de Hollywood e da política norte-americana.

Se Homelander ecoa figuras como Donald Trump e o movimento supremacista da série se assemelha a movimentos radicais da vida real, o segundo ano de Gen V aborda o debate sobre as universidades norte-americanas. Nos Estados Unidos, diversas instituições de ensino superior estão brigando judicialmente com o governo federal por conta de financiamento público, protestos políticos e liberdade de expressão.

"Nós estamos vivendo o mesmo, na série e na realidade", afirmou o ator Sean Patrick Thomas em entrevista ao Estadão. Na produção, o artista vive o papel de Polarity, o pai do aluno Andre Anderson (Chance Perdomo) e recém-contratado professor da Universidade Godolkin. "No mundo de Gen V, Homelander está se impondo na universidade. Já no mundo real, o governo atual está tentando controlar as informações e a forma com que as pessoas pensam nos campi."

Desde que retornou à presidência dos EUA, Trump passou a atacar instituições de ensino superior como Harvard, Columbia, Yale, entre outras. Entre as principais críticas do republicano estão os protestos pró-Palestina feitos por alunos. O presidente classificou as manifestações como "antissemitas". Segundo o presidente republicano, ele está combatendo o "viés ideológico" presente em tais universidades. O político cortou e congelou alguns repasses de verbas importantes para o funcionamento das instituições.

"É assim que a liberdade começa a morrer, quando você tenta controlar os jovens. Eles querem controlar o que eles veem, o que eles escutam e, consequentemente, o que eles pensam. É algo muito perigoso", refletiu Sean Patrick Thomas. Na segunda temporada, o personagem do ator ganha bastante destaque e um dos arcos centrais da trama: investigar a morte de Andre Anderson.

Como a morte de Chance Perdomo afetou 'Gen V'?

No dia 30 de março de 2024, o ator Chance Perdomo morreu após sofrer um acidente de moto. O artista tinha 27 anos e interpretava Andre Anderson, um dos protagonistas da primeira temporada de Gen V. A morte repentina do jovem chocou os produtores e o elenco da série.

"Chance estava sempre alegre e sorridente, ele era uma força da natureza, ator de um talento incrível, e mais do que tudo, uma pessoa muito generosa e amável. Escrever sobre ele no tempo passado parece não fazer sentido. Lamentamos pela família de Chance e estamos em luto pela perda de nosso amigo e colega. Abrace quem você ama hoje", afirmou a nota dos produtores do seriado publicada após a morte de Perdomo.

Na segunda temporada de 'Gen V', Polarity (Sean Patrick Thomas) investiga o que aconteceu com seu filho Andre Anderson (Chance Perdomo)
Na segunda temporada de 'Gen V', Polarity (Sean Patrick Thomas) investiga o que aconteceu com seu filho Andre Anderson (Chance Perdomo)
Foto: Divulgação/Prime Video / Estadão

Para a segunda temporada, o seriado optou por não reescalar Anderson e matar o personagem na trama. A morte do aluno ocorre fora das câmeras e sem grandes explicações em um primeiro momento. Cabe a Polarity (Sean Patrick Thomas) e Emma Meyer (Lizze Broadway) descobrirem o que aconteceu com o jovem ao longo dos oito episódios.

"Eu tentei não encarar isso como uma tarefa ou algo difícil", afirmou Sean Patrick Thomas ao falar sobre honrar o legado de Perdomo no seriado. "Na realidade, foi uma honra e um privilégio". Apesar da ação frenética que Gen V impõe aos seus personagens, eles encontram momentos para lidar com o luto após a morte de Anderson.

O pai do garoto, no entanto, se entrega às bebidas e só consegue escapar da depressão após receber ajuda de Emma. Juntos, eles passam a investigar o misterioso falecimento de Anderson. Polarity se torna um professor na Universidade Godolkin para descobrir qual é o envolvimento do novo corpo docente na morte de seu filho.

"Fiz tudo o que estava ao meu alcance para manter o nome do Chance vivo", disse Sean. "Adorei manter o personagem dele no centro da narrativa. Foi uma maneira de celebrar Chance e uma forma de garantir que ele jamais será esquecido no mundo de The Boys", afirmou.

O novo reitor da Universidade Godolkin

Em um mundo controlado por figuras como Homelander, que apelam para a força bruta na hora de conseguirem o que desejam, o novo reitor da Universidade Godolkin se destaca por ser um super-herói que utiliza a lábia para convencer e manipular os outros.

Cipher (Hamish Linklater) é misterioso e, em vez de revelar qual é sua habilidade sobre-humana, opta por estabelecer sua autoridade de uma forma dissimulada — os alunos não o temem por conta de sua habilidade, mas sim por não conhecerem qual é a natureza de seu super-poder.

Na segunda temporada de 'Gen V', Hamish Linklater interpreta Cipher, o novo reitor da universidade
Na segunda temporada de 'Gen V', Hamish Linklater interpreta Cipher, o novo reitor da universidade
Foto: Divulgação/Prime Video / Estadão

"O trabalho dele é tirar o melhor desses jovens super-heróis", contou Linklater ao Estadão. "Acredito que boa parte desse trabalho seja psicológico", disse o ator. Como novo reitor, Cipher adota uma política que busca incentivar os alunos a alcançar os limites de suas habilidades.

Para isso, ele realiza encontros onde os estudantes devem enfrentar ameaças perigosas e sobreviver. As cenas lembram as sessões de treinamento na Sala de Perigo dos X-Men, mas são recheadas com a violência gráfica pela qual The Boys ficou conhecida nos últimos anos. "Os seminários onde os alunos têm que lutar pela própria vida foram a parte mais desafiadora das filmagens. As batalhas levaram dias para serem filmadas", revelou Linklater.

Acima de tudo, Cipher acredita que a pressão é necessária para os alunos florescerem em suas melhores versões. Apesar de não adotar os mesmos métodos do vilão, Linklater entende que a pressão na dramaturgia é essencial para uma boa narrativa. "Enquanto ator, você não quer murmurar em cena ou agir todo relaxado", afirmou. "Você quer participar de algo importante, que tenha riscos envolvidos. A pressão cria o drama, é isso que te faz querer interpretar um personagem", finalizou.

Estadão
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