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'O Fada do Dente': se você descrê, o castigo é usar um tutu

22 jan 2010 - 12h53
(atualizado às 14h42)
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Maldito seja o herói rabugento dos esportes que ousa dizer a uma criança que ela deveria deixar de acreditar em mágica e abrir mão de seus sonhos. Quando Derek Thompson (Dwayne Johnson), um astro decadente do hóquei cujo apelido é "fadinha dos dentes" devido ao seu hábito de arrancar os dentes dos adversários, zomba da filha de sua namorada Carly (Ashley Judd) porque ela acredita na fadinha dos dentes, os poderes da magia decidem que ele precisa aprender uma lição.

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Inconformado por se ver subitamente vestido em um tutu cor de rosa e portando asas, Derek é convocado à terra das fadas, onde será processado como destruidor de sonhos. Julie Andrews, com aparência bem envelhecida, interpreta Lily, a mal-encarada presidente da terra das fadas, e sentencia Derek a servir duas semanas como fadinha dos dentes, com a missão de entrar despercebido nos quartos das crianças e deixar dinheiro em troca dos dentes de leite que elas guardam sob o travesseiro.

Eis a quase transparente premissa fofinha da comédia familiar O Fada do Dente, dirigida por Michael Lembeck. Johnson, também conhecido como The Rock, prova uma vez mais que não tem talento algum para a interpretação. Carisma? Sim, se você considera que um sorriso deslumbrantemente branco por sobre um torso depilado e com excesso de músculos é carismático.

Assistir a meia hora inicial de O Fada do Dente é como apanhar brindes às cegas dentro de uma sacola. O filme revela aos poucos os seus previsíveis truques. A cena mais animada é uma disputa verbal nonsense em plena terra das fadas, envolvendo Derek e Billy Crystal (que não leva crédito). O diálogo se assemelha ao frenesi cômico antiquado de um filme de Danny Kaye. Depois disso, o humor mais ou menos desaparece, substituído por sentimentalismo exagerado e por uma trama exposta de maneira atabalhoada.

Derek tem à sua disposição ferramentas especiais que incluem um botão especial que gera magia, um spray de invisibilidade, uma pasta que faz encolher e o reduz temporariamente ao tamanho de um camundongo, um drops que transforma sua fala em latidos e rosnados, e um pó do esquecimento que apaga a memória imediata. Caso essas ferramentas fossem empregadas com um toque mais leve e fantasioso, O Fada do Dente poderia ser um filme bobo e engraçado. Mas como a maioria dos filmes de família modernos, este desperdiça tempo demais proferindo dramaticamente a sua mensagem: as crianças precisam sonhar.

Assim que Derek percebe que a descrença e cinismo que ostenta na verdade prejudicaram sua carreira, ele vê a luz. As embaraçosas asas que brotam de seus ombros nos momentos mais oportunos de fato permitirão que ele voe, mas apenas se ele acreditar que podem fazê-los -e em um instante, ele está voando.

O Fada do Dente

Direção de Michael Lembeck; roteiro de Lowell Ganz, Babaloo Mandel, Joshua Sternin, Jeffrey Ventimilia e Randi Mayem Singer, baseado em história de Jim Piddock; direção de fotografia de David Tattersall; edição de David Finfer; música de George S. Clinton; designer de produção, Marcia Hinds; produção de Jason Blum, Mark Ciardi e Gordon Gray; distribuição da 20th Century Fox. Duração: 102 minutos.

Com: Dwayne Johnson (Derek), Ashley Judd (Carly), Julie Andrews (Lily), Stephen Merchant (Tracy), Ryan Sheckler (Mick Donnelly) e Billy Crystal.

(Tradução: Paulo Migliacci)

Foto: Divulgação
The New York Times
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