Diretor da Pixar diminui tecnologia: "o que importa é a história"
Efeitos especiais de última geração, 3D, 4D, animação computadorizada. Para Mark Walsh, nada disso é realmente relevante em um filme. Diretor de primeira viagem no curta-metragem Partysaurus Rex, lançado recentemente nos cinemas norte-americanos como pré-atração de Procurando Nemo 3D, o californiano de 37 anos vê como principal arma para o sucesso de uma produção simplesmente o embasamento em um bom roteiro. E ele sabe que não é o único a pensar dessa forma.
"Posso assistir a um bom filme em meu telefone, em casa, em uma sala de cinema e acabarei sempre tendo a mesma reação emocional. Não importa se está em 3D, estéreo, em cores. A história é o mais importante. O resto é um bônus", exemplificou em entrevista exclusiva ao Terra, afirmando que as produtoras têm, sim, consciência disso, razão pela qual costumam se basear em fórmulas bem-sucedidas anteriormente para rodar suas novas produções. "Não é à mídia que as pessoas reagem. Pode ser à história ou à publicidade. Mas a mídia não faz tanta diferença. Se você souber o que está fazendo e tiver bons atores, o público estará disposto a abstrai-la."
Foi a falta de experiência como diretor que levou Walsh a optar por fazer sua estreia com um curta. Mas não é de hoje que ele trabalha com animações. Ainda na década de 1990, o cineasta foi contratado pelos estúdios Pixar, posteriormente vendidos à Walt Disney Company, hoje responsável pela distribuição e divulgação de suas produções. Lá, iniciou a carreira como animador com Vida de Inseto. Depois, seguiu com longas como Os Incríveis, Monstros S.A. e Ratatouille, nos quais foi responsável por funções como desenvolvedor de personagens, diretor de animação e supervisor de animação.
Em Partysaurus Rex, além da direção, assumiu pela primeira vez a responsabilidade pelo roteiro, que mostra como o personagem, isolado por seus amigos, se reinventa ao conhecer novos brinquedos e se auto-intitular o "dinossauro festeiro". "Rex é o meu personagem favorito da animação. Quando eu era mais novo, fui uma criança muito nerd, muito tímida, então realmente me identifico com ele. Pensei nas experiências que tive na infância, quando anualmente eu tentava me tornar uma pessoa muito 'legal', o que, claro, nunca funcionou, e quis experimentar isso com o Rex", explicou.
Foram dois anos de trabalho ininterrupto para finalizar a produção, que conta com as vozes de todos os atores responsáveis por imortalizar os personagens de Toy Story em sua versão em inglês, incluindo Tom Hanks como Woody, Tim Allen como Buzzlightyear e Wallace Shawn como Rex. "Você simplesmente não pode ter esses personagens sem o talento original dos atores que os interpretam", exaltou o diretor.
Durante o longo papo que teve com o Terra, Walsh também lembrou de sua visita ao Brasil, cinco anos atrás. Em 2007, ele veio ao País a convite dos organizadores da Anima Mundi para ministrar workshops no evento - responsável por reunir os principais interessados em animação do Brasil - e passou por São Paulo e Rio de Janeiro, cidades classificadas por ele como fantásticas. "Foi uma das melhores viagens da minha vida. É tão diferente dos EUA. Senti como se houvesse vida por todos os lados", afirmou. "Nunca havia experimentado nada parecido com a cultura brasileira. Tenho certeza de que a visão de um turista não é a realidade da população em geral, mas realmente me pareceu um lugar fantástico para se crescer e estar."
Confira a entrevista:
Terra - Qual foi o motivo que o levou a fazer um curta-metragem protagonizado por Rex, um dos personagens secundários de Toy Story?
Bem, Rex é o meu personagem favorito da animação. Quando eu era mais novo, fui uma criança muito nerd, muito tímida, então realmente sempre me identifiquei com ele. Pensei nas experiências que tive na infância, quando anualmente eu tentava me reinventar como uma pessoa muito legal, o que, claro, nunca funcionava (risos). E quis experimentar isso com o Rex. Foi assim que o curta começou.
Terra - Existe a intenção de fazer um longa-metragem do personagem?
Mark - Não agora. Acho que o meu momento é de fazer curtas, até para eu aprender como se dirige. Sabe, é uma posição mais tranquila para se cometer erros, tentar coisas novas (risos). É quase como o funcionamento de uma rotina de exercícios. Você levanta diariamente halteres e vai ficando mais forte e mais forte. Então, algum dia, se for possível para mim fazer um longa, será ótimo. Mas, por enquanto, minha intenção é apenas ficar mais forte como diretor.
Terra - Esta foi a primeira vez que você dirigiu uma produção. Antes, no entanto, teve uma longa experiência como animador e, posteriormente, como diretor de animação. Qual é a diferença entre o cargo atual e os anteriores?
Mark - Acho que ser diretor é uma função muito mais sociável. Animadores normalmente passam o dia em suas mesas, desenhando solitariamente ou trabalhando em seus computadores para inovar e criar algo. E, de vez em quando, deixam suas salas e dizem: "ei, alguém pode dar uma olhada nisso?". Mas, normalmente, na maior parte do dia, ficam sozinhos. Já o diretor precisa manter contato constante com outros artistas, falar com pessoas, comunicar ideias, convidar outras pessoas para dar ideias, dirigi-las, estabelecer limites, enfim, é uma função muito social. É também um trabalho muito difícil, porque o filme repousa sobre você, ou seja, se ele for bem, você será parabenizado, se for mal, toda a culpa cairá sobre você - e você será a pessoa que terá de corrigir o erro. Em Partysaurus Rex, eu fui o roteirista e o diretor, e isso gerou muito mais pressão do que somente fazer a animação.
Terra - Você tem preferência entre um dos dois?
Mark - Eu prefiro muito mais a pressão. Gosto de dirigir. Por mais difícil que seja, me vejo hoje como uma pessoa mais sociável e acho que sou mais útil avaliando e discutindo as criações dos outros do que fazendo as minhas próprias criações. Trabalhar em colaboração com outras pessoas é muito mais satisfatório, porque, quando eu assisto a um filme agora, não rio das coisas que inventei e, sim, das coisas que meus amigos inventaram. É mais divertido dessa forma e eles se sentem mais como parte do filme. Acho que é justamente por causa disso que Partysaurus Rex tem uma energia tão incrível e, ao final do dia, a sensação de chegar em casa foi sempre muito mais libertadora do que seria se eu passasse o dia desenhando sozinho.
Terra - Até o final dos anos 1990, quando se pensava em longas de animação, somente o nome Walt Disney Pictures vinha à mente. Isso mudou muito com a chegada da Pixar ao mercado, já que, subitamente, o leque de produtoras aumentou muito, com empresas como a Dreamworks e a Blue Sky concorrendo diretamente com os lançamentos da gigante criadora de Mickey Mouse. O que você acha da democratização ocorrida com esse tipo de produção?
Mark - Sim, realmente tem ocorrido isso. E acho chocante, porque, quando comecei na Pixar, eu não sabia sequer usar um computador. Isso foi em 1997 e, de fato, eu não sabia nem como mandar um email (risos). Você consegue acreditar nisso? A maioria das pessoas atualmente nasce com um email em suas mãos, mas, para mim, que nasci em 1975, isso era completamente novo. Na Pixar, nessa época, estávamos inventando a mídia da animação com computador, fazendo todos aqueles filmes e, uau, era algo totalmente inédito. E, hoje, apenas 15 anos depois, você vê todas essas outras empresas, com profissionais aproveitando muito da tecnologia que a Pixar criou, melhorando-a, inovando-a. Existe, sim, uma gigantesca democratização das animações por computador, até porque, atualmente, qualquer um pode comprar seu software e produzir alguma coisa. No entanto, o grande trabalho nessa área, o motivo pelo qual essas empresas estão sendo tão bem-sucedidas, é porque elas reconhecem que não é o software o responsável por atrair audiência. É, sim, tentar contar uma boa história, procurar criar personagens com os quais o público irá se identificar. É a parte mais difícil do processo.
Terra - Mas você vê de forma positiva essa democratização?
Mark - Acho que é positiva, mas, pessoalmente, fico frustrado com a pouca variedade dessas animações. Gosto muito do que a Pixar vem fazendo e foi exatamente por isso que escolhi trabalhar nela. Adoro nossos produtos, nossas franquias. Mas gostaria de ver produções de outros estúdios que pareçam bem diferentes das nossas. Espero ver, no futuro, uma variedade maior das temáticas abordadas por essas animações.
Terra - Com isso você quer dizer filmes dirigidos a adultos?
Mark - Possivelmente. O que precisamos é de tipos diferentes de histórias. Os filmes da Pixar têm um certo olhar, há sempre uma perseguição no final (gargalhadas) e esse é geralmente o tipo de produção que as pessoas esperam ver quando vão cinema assistir a algo de nossos estúdios. Elas sabem que ficarão emocionadas, darão risadas. Esse é o tipo de filme que gostamos de fazer, mas...bom, filmes adultos não significam necessariamente violência ou sexo. Acho que escolher como público-alvo também os adultos inclui um sem número de coisas, como situações com as quais eles se identificam ou um certo tipo de design, por exemplo. Sabe, o computador enquanto ferramenta é capaz de fazer coisas infinitas. Se você quiser, pode fazer um filme que pareça com uma pintura. Então estou ansioso para ver mais estúdios se arriscando no visual da animação por computador.
Terra - Você já vê profissionais focados nessa realidade?
Mark - Sim, tenho visto um pouco. Estou feliz, por exemplo, com as animações em stop-motion que têm sido feitas - e há estúdios menores se arriscando nesse nicho. O problema é que os grandes estúdios precisam de lucros e não dá para esquecer que, quanto maior o investimento em uma produção, mais os envolvidos se preocuparão se ela será bem-sucedida. Essa preocupação faz com que, quando as pessoas querem produzir algo para ser bem-sucedido, pensem naquelas produções que já foram bem-sucedidas anteriormente para saber o que fazer. Então acho que vai ser um processo lento essa mudança, mais comandado por pequenas produtoras. Desculpe, onde você está no Brasil?
Terra - Em São Paulo.
Mark - Sério? Eu estive aí há alguns anos para o festival Anima Mundi e, uau, foi ótimo. Ele começou no Rio de Janeiro, depois desceu para São Paulo, e os tipos de filmes que você vê por lá são incríveis, todos independentes. A tela deste evento também é simplesmente fantástica! Mas, enfim, eu constatei pelos curtas que muitos desenvolvimentos e inovações estão ocorrendo por aí. Acho que é só uma questão de tempo para virmos isso cada vez mais. Estúdios menores se arriscando.
Terra - Você citou inovações de brasileiros. Conhece Carlos Saldanha, diretor de A Era do Gelo e Rio?
Mark - Sim. Quer dizer, conheço seu trabalho, mas não o conheço pessoalmente. Mas ele é fantástico. A Blue Sky (estúdio de animação responsável pelas produções do cineasta) está fazendo alguns dos melhores filmes de animação computadorizada atualmente. O design de Rio é incrível. Sabe, quando eu estava dando aulas na Anima Mundi notei que havia muitos talentos por ali. O Brasil é um país muito forte em talentos dedicados a essa tecnologia, esperando que os estúdios brasileiros, como fez a Pixar nos EUA, se interressem em criar algo inovador no País. Isso é algo que eu gostaria de ver. Cadê (risos)?
Terra - Nessa viagem, você teve a oportunidade de ficar alguns dias no Brasil. O que achou do País?
Mark - Eu amei. Foi uma das melhores viagens da minha vida. É tão diferente dos EUA. Senti como se houvesse vida por todos os lados. E as pessoas são muito amigáveis, a comida é incrível, todos são muito bonitos (risos). Claro, minha visão foi limitada, fiquei pouco tempo, mas conheci algumas das pessoas mais maravilhosas da minha vida, com certeza. Provavelmente foi a viagem mais proveitosa que fiz até hoje.
Terra - E quanto aos aspectos negativos? Não lhe causaram impacto?
Mark - Causaram. A primeira impressão, quando desembarquei, foi de choque, pois a pobreza é muito maior do que nos EUA. Claro, temos pessoas pobres por aqui também, mas as favelas, por exemplo, foram algo que eu nunca havia visto antes. Mas os aspectos positivos foram muito maiores. Foi tudo muito novo para mim. Fiquei impressionado com a arquitetura, com a integração entre pessoas endinheiradas e sem dinheiro, com a música...senti que a cultura era vibrante e elétrica. Estava tudo vivo. Nos EUA, as pessoas basicamente entram em seus carros e vão às compras. No Brasil, por sua vez, tanto em São Paulo quanto no Rio, claro que isso também ocorre, mas todos estão também de fato vivendo suas vidas. Nunca havia experimentado nada parecido com a cultura brasileira. Tenho certeza de que a visão de um turista não é a realidade da população em geral, mas realmente me pareceu um lugar fantástico para se crescer e se estar. Até os grafites nos muros e nas paredes da cidade me saltaram aos olhos, são tão artísticos. Nunca tinha visto tantos, em todo lugar. Além disso, o Brasil tem algumas das paisagens naturais mais belas do mundo. As florestas, o verde, o oceano, as praias. A junção entre isso e a cidade, especialmente como ocorre no Rio, me deixou embasbacado. E a forma como a população aproveita isso, uau! Ir à praia nos EUA não é algo que agrada às pessoas, porque ninguém quer mostrar sua grande barriga branca. Ao menos, eu, não. No Rio, vi um mar tão social, tão único. Eu cresci no sul da Califórnia e atualmente vivo em São Francisco, então, se você vier para cá, constatará claramente essas diferenças (risos).
Terra - As animações tradicionais vêm perdendo cada vez mais terreno no mercado. De fato, a última produção da Disney feita com a tecnologia foi A Princesa e o Sapo, de 2009. Você vê futuro para esse tipo de produção?
Mark - Vejo sim, e acho que essa é uma realidade que tem se mostrado aos poucos. Como já disse, todos estão de olho no que fez dinheiro por último para poder rivalizar, mas, por muito tempo, não temos visto nada do tipo. E agora elas estão por aí de novo. Os computadores definitivamente conquistaram muita da audiência da animação tradicional por causa dos detalhes, tão diferentes aos quais as pessoas estavam acostumadas. Mas, para mim, com o tempo nos acostumaremos com esse visual atual, até porque não acho que o visual, por si, consiga segurar a atenção do público. Então, eventualmente, voltaremos a ver boas histórias em animações feitas à mão. Espero que elas venham mais uma vez da Disney, mas se vierem de outro lugar, ótimo também.
Terra - Isso é tão verdade que o relançamento do sucesso O Rei Leão, de 1994, no ano passado, com tecnologia em 3D, figurou nas listas dos filmes com maior bilheteria de 2011.
Mark - Exatamente! Não é à mídia que as pessoas reagem. Pode ser à história ou à publicidade. Mas a mídia não faz tanta diferença. Você pode contar uma boa história tendo um iPhone exercendo a função de câmera (risos). Se você souber o que está fazendo e tiver bons atores, o público estará disposto a abstrair a mídia. A história é a parte mais importante.
Terra - A cada ano, as animações têm se mostrado mais realistas. O quão longe essa retratação do real pode chegar com o uso do computador?
Mark - Com certeza, as equipes não irão parar até atingir totalmente o realismo. Mas isso não é algo que pessoalmente me interessa. Gostamos de fazer o que chamo de caricatura digital. A forma de um ser humano realista não é tão interessante para nós quanto uma figura caricatural. Isso ajuda também a animação, porque, quanto mais realista esta for, mais realistas terão de ser também seus personagens. E, se é para ser assim, por que se importar em fazer uma animação se você poderia simplesmente usar uma câmera? Dessa forma, os custos também cairiam muito, ou seja, seria uma perda de dinheiro para nós, aqui. Tenho certeza de que alguém vai fazer isso e, claro, eu sempre fico impressionado ao ver o quão próximo da vida real tudo está se tornando. Mas, como eu disse, para mim não tem lógica, pois é mais barato filmarmos um de nós.
Terra - O curta Partysaurus Rex tem em seu elenco os mesmos atores que fizeram as vozes originais na trilogia de Toy Story. Foi difícil contatá-los para gravar apenas para um filme de pouca ambição?
Mark - Não. Esses caras amam os personagens, amam esse mundo no qual têm a oportunidade de "vestir" a fantasia desses personagens, o que já fizeram em três filmes. De fato, eles estavam muito abertos e ansiosos para trabalhar conosco de novo. Wallace Shawn, o ator americano que empresta a voz ao Rex na versão em inglês, é um cara muito, muito inteligente, mas é um tanto nerd, de uma forma alegre (risos). Sabe, igual eu disse que era quando mais jovem. Então, o jeito como Rex age no filme é basicamente como Wallace Shawn respondeu ao roteiro. Sabe, "estou começando uma festa!". Foi muito divertido vê-lo, como ator, começando a ler o script, com o Rex gritando, "estou tão empolgado", aplaudindo, e vê-lo voltando ao seu normal depois. Você simplesmente não pode fazer esses personagens sem o talento original dos atores que os interpretam.
Terra - Quanto tempo levou para Partysaurus Rex ficar pronto?
Mark - Foram dois anos para completarmos esse curta, sendo que a primeira versão era terrível. Então continuamos trabalhando nela para torná-la melhor. Em todos os estágios, na animação, nos diálogos, nas atuações, ficávamos pensando, "como torná-la melhor?". Então tivemos um rigoroso sistema para melhorar a ideia geral a fim de torná-la forte o suficiente para sustentar o filme. Foram dois anos recriando e recriando, porque, sem essa força pretendida, o curta simplesmente não sairia. Foram os mais longos seis minutos da minha vida (risos). Mas valeu a pena cada segundo. Eu assisti ao filme com pessoas à minha volta e elas deram risada nos momentos exatos da história. Responderam de forma muito positiva.
Terra - Nos EUA, Partysaurus Rex foi lançado nos cinemas em 3D junto com o relançamento de Procurando Nemo, também utilizando a mesma tecnologia. A estratégia de relançar um longa com a novidade de ser em 3D está se tornando cada vez mais comum. A tecnologia é o futuro do cinema?
Mark - Acho que o 3D tem de ser utilizado de forma inteligente. Em Partysaurus, o visual inicial é praticamente plano e o 3D se apresenta com muita timidez. Mas, à medida em que a festa começa, em que ela vai se aprofundando, a perspectiva visual também faz o mesmo. Foi uma forma de mostrarmos emoções por meio do 3D. Então estamos procurando utilizá-lo de forma artística em vez de como o grande chamariz do filme. Acho que o 3D tem um futuro contanto que o utilizemos com propósitos artísticos. Usá-lo somente para saltar aos olhos das pessoas, eventualmente vai acabar deixando-as cansadas. Li artigos em que Ridley Scott e James Cameron afirmam que jamais voltarão a filmar sem o 3D. Mas, para mim, isso é bobagem. Digo isso porque alguns dos meus filmes favoritos são em preto e branco. Repito: para mim, o que importa é a história. Posso assistir a um bom filme em meu telefone, em casa, em uma sala de cinema e acabarei tendo a mesma reação emocional. Não importa se está em 3D, stereo, em cores, é a história o mais importante. O resto é um bônus. Até porque, se a produção investir totalmente no restante, deixando de lado o roteiro, isso até distrairá o público para o que realmente interessa.