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Crítica: 'Matrix Resurrections' é a mistura da diversão com a tragédia da existência

Novo filme da franquia estreia nesta quinta, 23, nos cinemas de todo o País com parte do elenco original

23 dez 2021 - 05h11
(atualizado às 07h23)
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Talvez se possa buscar ajuda num thriller de Tony Scott com Denzel Washington, de 2006 - Déjà Vu. O novo Matrix começa com essa mesma sensação - a cena inicial é praticamente uma recriação da abertura do primeiro filme, de 1999. No intervalo de 22 anos, muita coisa mudou. Neo e Trinity, Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss, morreram no final do terceiro, Revolutions - morreram? A repetição da operação traz uma nova personagem, a Bugs de Jessica Henwick, que assiste à caçada da polícia a Trinity. De cara, percebe que caiu numa armadilha e é confrontada com Morpheus, que ganha uma nova cara - Laurence Fishburne é substituído por Yahya Abdul-Mateen II.

Simulacros

É desse a frase que atravessa o relato todo: "Nada conforta mais a ansiedade do que um pouco de nostalgia". Na nova trama, a Warner encomenda um novo episódio para seu jogo de sucesso. Será feito com ou sem a participação de seus criadores. Foi assim mesmo que ocorreu com The Wachowskis. Lana e Lilly sempre resistiram a fazer um quarto filme, convencidas de que já haviam dito tudo nos três primeiros. Em um mundo distópico, dominado por máquinas, os humanos sonham acordados e sua energia alimenta as máquinas - Baudrillard na veia, Simulacros e Simulação.

Keanu Reeves é chamado, mas a nova instalação revela-se um jogo (filme?) dentro do jogo. Resurrections questiona a própria existência - os novos personagens reforçam ao mesmo tempo que subvertem o déjà-vu. O novo vilão é um terapeuta que controla a mente de Neo. A humanidade segue escravizada, as lutas seguem espetaculares, o bullet time continua questionando o tempo, e a existência. O próprio Neo discute se é mesmo o Escolhido.

No ínterim, só Lana agora assina a realização. Ela já disse que a série nasceu como reação à opressão dos transgêneros no mundo corporativista - e machista - do capitalismo. O título entrega - Resurrections, Ressurreições. A hora final da trama - o filme tem 2h30 - trata da ressurreição de Neo e Trinity e da afirmação do amor. A questão é: conseguirão voar? O novo Homem-Aranha já era um reboot. Déjà-vu, com o retorno dos mesmos personagens e atores. Lana recorre a novas caras. Talvez seja uma forma de refletir sobre as transformações no próprio corpo. Homem-Aranha é diversão, Resurrections é... Diversão + tragédia. A tragédia da existência.

Estadão
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