'Conseguiu me paralisar': Thaynara OG revela como lida com a ansiedade, haters e pressão por engajamento

A exposição e a cobrança são tão íntimas ao influenciador quanto a meta diária de stories. Com Thaynara OG não podia ser diferente. A maranhense de 33 anos que acumula mais de 5 milhões de seguidores apenas no Instagram recebe uma enxurrada de comentários todos os dias. Do que alguns não fazem ideia é que, no 'off', ela precisou criar estratégias contra os haters para evitar crises de ansiedade. 

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Quando começou a gravar vídeos engraçados para o Snapchat em 2015, Thaynara via a criação de conteúdo como uma distração em meio aos estudos cansativos para um concurso público. Dez anos depois, seu nome virou marca, e a internet se tornou coisa séria na sua rotina. É por isso mesmo que a maranhense não consegue se dar ao luxo de tirar um tempo offline ou se afastar das redes. 

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Diagnosticada com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) em 2022, ela conta que a exposição e a pressão por engajamento intensificam as crises. "O criador de conteúdo não tem férias. Se você deixar de postar um dia, é como se não existisse em um mundo de alta demanda", conta. 

"Muitas vezes, quando quero tirar um tempo off, sei que não vou descansar tanto, porque fico ansiosa pensando que preciso aparecer, postar alguma coisa. Já passei dias sem postar nada e isso gera muita pressão. É uma das fontes de ansiedade que tenho nos últimos anos trabalhando como influenciadora", desabafa Thaynara. 

'Conseguiu me paralisar no São João da Thay'

Quando aparece com um sorriso no rosto nos stories para dar 'bom dia' aos seguidores, muitos não imaginam com o que Thaynara teve que lidar logo pela manhã. Mão gelada e coração disparado são alguns dos sintomas após uma noite mal-dormida em meio às preocupações rotineiras.

A situação mais recente em que os sentimentos vieram com força foi em uma das edições do São João da Thay, evento que ocorre anualmente no Maranhão sob a sua liderança e reúne centenas de artistas e influenciadores. 

"A única vez que conseguiu me paralisar, mesmo agora com o tratamento certo e acompanhamento de psicólogo e psiquiatra, foi no São João da Thay de 2023. Tive uma ansiedade muito forte, desabei de uma forma sem controle, com uma carga emocional muito grande, e fiquei paralisada sem conseguir dar seguimento à agenda. Precisei separar uma hora, respirar e voltar", relembra. Atualmente, ela garante que o susto ficou para trás: "Hoje, está tudo controlado", completa. 

Para tentar diminuir a frequência das crises, Thaynara conta que criou uma estratégia contra os comentários maldosos dos famosos haters nas redes sociais. 

"Criei técnicas de me blindar, evito ler comentários e possíveis ataques. Assim como há pessoas que apoiam, há outras que torcem contra. Isso já me protege bastante. Tudo que alimenta medo e gera ansiedade eu evito. Hoje, não bloqueio interações nos stories, mas, se estou em um período mais vulnerável, também evito olhar porque sei que pode não me fazer bem", explica. 

'A vulnerabilidade conecta'

As viagens internacionais, eventos, programas de TV e ensaios fotográficos fazem parte da rotina glamourosa da influenciadora. No entanto, a maranhense também acredita que mostrar o 'lado B' de tudo isso atraia o público. 

Para Thaynara, compartilhar os momentos de fraqueza e ansiedade com os seguidores nunca foi um problema. "A vulnerabilidade conecta, aproxima, e minha proposta em rede social é sempre gerar identificação", argumenta. 

A dificuldade, na verdade, veio de falar sobre o assunto dentro de casa. Segundo a influenciadora, os pais não lidaram muito bem com o diagnóstico de TAG em um primeiro momento. 

"É muito curioso como essa geração tem uma resistência e outra ideia em relação à saúde mental, de achar que ansiedade não existe, que é besteira. Sabe, a galera dessa geração tem uma cabeça mais fechada sobre transtornos de saúde mental, então, para mim, a dificuldade foi mais de explicar isso pros meus pais. Eles sempre acharam, 'ah, não tem necessidade de remédio, não sei o quê', mas vem toda de uma formação de pensamento daquela geração", considera. 

Influenciadora resistiu ao uso de remédios

O assunto surgiu em casa logo após o diagnóstico, em 2022. Thaynara lembra que tinha acabado de fazer uma lipoaspiração e enfrentava o lockdown da pandemia de Covid-19 quando percebeu que tinha algo estranho com seu corpo. 

"Estava em casa, isolada em São Paulo, quando senti meu corpo hiperventilando. Levantava e percebia dormência nos pés, como se não conseguisse senti-los. Fiquei muito nervosa e demorou bastante para me acalmar. Conversei com meu psicólogo, que explicou que era uma crise de ansiedade", relembra. 

"Só no início de 2022, recebi o diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada. Não foi um susto, porque eu já me percebia ansiosa; o que me causou resistência foi a questão do uso de remédios. No início, tentei apenas intensificar exercícios e terapia, mas anos depois percebi que precisava da medicação", complementa. 

Reconhecer a ansiedade exige "coragem para se assumir humano, imperfeito e sensível", como destaca Thaynara, que acrescenta: "A vulnerabilidade deixa de ser fraqueza e se transforma em pontes, pois ao se abrir, você descobre apoio em outras pessoas e diminui a sensação de isolamento."

E, se pudesse dar um conselho aos seus seguidores que também foram diagnosticados com TAG, a influenciadora afirma: "É a coisa mais normal do mundo. Não existe nada de errado em precisar de ajuda. O grande erro é não buscar. Todo mundo tem dias difíceis e crises de ansiedade; alguns precisam de mais atenção, outros não. O importante é quebrar o tabu e normalizar. Hoje, já se fala muito mais sobre saúde mental, e não existe nada de errado nisso."