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The Deuce: "Não vamos usar a misoginia como moeda de interesse", promete David Simon sobre nova série da HBO

O drama, com estreia marcada para setembro, conta a história do nascimento da indústria pornô.

27 jul 2017 - 19h29
(atualizado às 19h41)
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Imagine isto: uma série ambientada em Nova York, durante a década de 1970, que trata da ascensão da indústria pornográfica e 'do sexo como um negócio - legalmente - lucrativo'. Agora imagine que essa série é uma produção da HBO, um canal a cabo cuja marca registrada é exatamente o uso da nudez e da violência sem muito pudor - o que, vez ou outra, gera polêmicas. A produção tem nome: The Deuce. E as possibilidades sair catastroficamente errada são muitas.

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

Ciente disso, o produtor e criador da série, David Simon (The Wire, Homicide: Life on the Street, Treme) debateu o assunto durante a conferência de verão da Associação de Críticos de Televisão (TCA) nesta quarta-feira (26).

"Estou muito menos interessado em saber se o pornô é bom ou ruim em um senso moral... quanto estou interessado na forma como o poder e o dinheiro se envolvem, e como a sociedade se organiza para que algumas pessoas sejam vítimas e outras sejam vitimizadas", declarou Simon (via IGN). "Estou muito mais interessado em como a indústria se torna uma indústria e em como isso é agora capitalismo de mercado, e também em como as condições de trabalho são ou não são tratadas."

Maggie Gyllenhall, uma das protagonistas da série - ela interpreta Eileen Merrell, uma mulher que trabalha nas ruas como a garota de programa Candy, até levar seu espírito empreendedor para a iniciante indústria pornográfica - pediu a voz para responder à pergunta sobre o retrato de temas que envolvem sexo e violência na série (via THR):

"Eu sinto que, depois de fazer a série, eu respondo essa. Acho que ficou claro que tem uma quantidade enorme de misoginia no mundo. Nós pensamos que estávamos em um lugar melhor doq eu realmente estamos", comentou em relação à vitória de Donald Trump sobre Hillary Clinton nas eleições presidenciais.

"Nós temos que colocar isso em pratos limpos e fazer de uma forma que seja cuidadosa, inteligente, mas também real", continou. "Isso inclui ter que ver certas coisas que parecem violentas e desconfortáveis. Mas, eu acho, se você não colocar essas coisas sobre a mesa e olhar bem, nada vai mudar, nada vai evoluir", concluiu.

Simon, por fim, acalmou a crítica e deu uma dica de que houve cuidado de não soar uma produção baseada na mera exploração vazia do corpo:

"Mercantilização sexual ou objetificação não são as moedas que conduzem a série. É o assunto da série. É a razão da série existir. Aquilo é o produto, isso é o produto. Nós não vamos usar a misoginia como moeda para atrair atenção. Se fizemos isso, então falhamos."

The Deuce traz no elenco, além de Gyllenhaal, James Franco interpretando gêmeos, e Lawrence Gilliard Jr. A série aborda a transição da indústria pornográfica em Nova York a partir de meados da década de 1970. A estreia será no dia 10 de setembro, na HBO.

AdoroCinema
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