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'Jogador Nº 1' pode concorrer ao Oscar de Melhor Animação

De acordo com as regras da categoria na Academia, o longa de Steven Spielberg é elegível.

3 abr 2018 - 15h47
(atualizado às 16h37)
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Desde que foi lançado na semana passada, Jogador Nº 1 já vem fazendo barulho nas bilheterias dos países por onde passa. De volta ao terreno dos blockbusters, Steven Spielberg não só provou que ainda consegue reinventar um gênero que ele mesmo praticamente inventou como também já arrecadou US$ 181 milhões ao redor do mundo e conquistou a atenção da crítica internacional. Com tantos pontos positivos a favor e um verdadeiro espetáculo de efeitos especiais, alguns analistas já começam a pensar em Jogador Nº1 como um candidato aos Oscar - inclusive ao de Melhor Animação (via The Hollywood Reporter).

Foto: AdoroCinema / AdoroCinema

Não, você não leu errado. Jogador Nº1 pode acabar sendo inscrito na corrida pelo troféu de melhores animações - cujo atual detentor é Viva - A Vida é Uma Festa. Mas isso é realmente possível? O mais recente filme de Spielberg, apesar de sua adaptação do mundo virtual do romance homônimo de Ernest Cline ser inteiramente digital, também é um live-action. Bem, de acordo com as regras da Academia de Cinema dos Estados Unidos, isso não é o suficiente para barrar a entrada de Jogador Nº1 na categoria em questão - no fim das contas, tudo depende do que a Academia considera ser uma animação.

Assim como seus predecessores como Avatar e Mogli - O Menino Lobo ou seu "primo mais novo", o vindouro Rei Leão, Jogador Nº1 é tratado por muitos na indústria como uma produção virtual por causa do alto impacto da digitalização.

De acordo com as regras da 90ª edição do Oscar, uma obra animada como um "longa-metragem onde o movimento e as performances dos personagens são criadas usando uma técnica de animação de frame por frame, e que frequentemente pertencem a uma de duas categorias gerais de animação: narrativa ou abstrata. Algumas das técnicas de animação incluem mas não se limitam aos desenhos à mão, animação computadorizada, stop-motion, animação com argila, pixilation, animação de recorte, pinscreen, modelagem 3D, efeitos caleidoscópicos criados frame a frame e animação feita no frame em si".

O conjunto de normas também especifica que as técnicas de animação - captura de movimentos e manipulação de fantoches não se aplicam - devem constituir pelo menos 75% da duração da obra em questão e que, no caso de um filme narrativo, a maior parte dos personagens devem ser animados. As regras ainda preveem casos como o de Jogador Nº1, onde parte do "estilo cinematográfico pode ser confundido como live-action". Em situações do tipo, os realizadores responsáveis pelos projetos devem enviar informações e justificativas escritas à Academia que sustentem a tese de que o filme em questão é uma animação e não um live-action caso queiram concorrer ao Oscar de Melhor Animação.

Jogador Nº1 reacende um debate na indústria sobre os impactos trazidos pela computação e a animação digital no cinema.

Enquanto é altamente improvável que Spielberg decida credenciar seu Jogador Nº1 à referida disputa - apesar da possibilidade concreta do longa ser aceito pela Academia, segundo as regras -, é interessante perceber como a computação e a digitalização cinematográfica vem complicando ainda mais as fronteiras entre o que é um live-action e o que é uma animação. 

Jogador Nº1 está em cartaz no Brasil.

Assista a trailer original do filme "Jogador Nº1":
AdoroCinema
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