Quiumba, curimba, mojubá: o que significa expressões do samba do Salgueiro
O samba-enredo "Salgueiro de Corpo Fechado" está em alta e figura em parada viral do Spotify Brasil
O samba-enredo da Acadêmicos do Salgueiro teria feito a influenciadora digital Débora Peixoto desistir de desfilar pela escola pelo fato de celebrar Exu, mas já atinge um montante milionário de plays nas plataformas de música. Salgueiro de Corpo Fechado homenageia a entidade que é comum em religiões de matriz africana e desponta atualmente como o samba-enredo mais reproduzido no Spotify, onde acumula 1,2 milhão de streams. Na letra, há algumas expressões de cunho religioso, a exemplo de quiumba, curimba e mojubá. Aqui, o Terra te explica o que elas significam!
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Quiumba
A expressão, comumente utilizada na Umbanda, refere-se a espíritos que estão presos à terra por ainda não terem evoluído o suficiente para encontrarem seu caminho. Os quiumbandas, como também são nomeados, são dados como espíritos sem luz.
Curimba
Na natureza, é o nome de um peixe, mas no campo religioso diz respeito a um grupo de pessoas que tocam práticas musicais em rituais umbandistas. Além disso, pode se referir também ao instrumento de percussão dos terreiros de religiões afrodescendentes, como a Umbanda e o Candomblé.
Mojubá
Proveniente do dialeto Yorubá, quer dizer saudação. Prática que convida os envolvidos à compreensão, ao diálogo e ao encontro propriamente dito. A expressão pode também ser substituída por Exú Mojuba.
Confira a letra do samba-enredo de 2025 do Salgueiro:
Salve, seu Zé, que alumia nosso morro
Estende o chapéu a quem pede socorro
Vermelho e branco no linho trajado
Sou eu malandragem de corpo fechado
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro, acerta as contas na curimba
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro, acerta as contas na curimba
Prepara o alguidar, acende a vela
Firma ponto ao sentinela
Pede a bênção pra vovô
Faz a cruz e risca a pemba
Que chegou Exu Pimenta e a falange de Xangô
Tem erva pra defumar, carrego o meu patuá
Adorei as almas que conduzem meu caminho
É mojubá, marabô, invoque a Lua
Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho
Sou herança dos malês, bom mandingo e arisco
Uso a pedra de corisco pra blindar meu dia a dia
No tacho, arruda e alecrim, ô
Bala de chumbo contra toda covardia
Tenho a fé que habita o sertão
De Lampião, o cangaceiro
Feito Moreno, eu vou viver
Mais de cem anos no meu Salgueiro
Tenho a fé que habita o sertão
De Lampião, o cangaceiro
Feito Moreno, eu vou viver
Mais de cem anos no meu Salgueiro
Sou espinho qual fulô de macambira
Olho gordo não me alcança
Ante o mal, a pajelança pra curar
Sempre há uma reza pra salvar
O nó desata, liberdade pela mata
E os mistérios do axé, meu candomblé
Derruba o inimigo um por um
Eu levo fé no poder do meu contra-egum
Salve, seu Zé, que alumia nosso morro
Estende o chapéu a quem pede socorro
Vermelho e branco no linho trajado
Sou eu malandragem de corpo fechado
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro, acerta as contas na curimba
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro, acerta as contas na curimba
Prepara o alguidar, acende a vela
Firma ponto ao sentinela
Pede a bênção pra vovô
Faz a cruz e risca a pemba
Que chegou Exu Pimenta e a falange de Xangô
Tem erva pra defumar, carrego o meu patuá
Adorei as almas que conduzem meu caminho
É mojubá, marabô, invoque a Lua
Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho
Sou herança dos malês, bom mandingo e arisco
Uso a pedra de corisco pra blindar meu dia a dia
No tacho, arruda e alecrim, ô
Bala de chumbo contra toda covardia
Tenho a fé que habita o sertão
De Lampião, o cangaceiro
Feito Moreno, eu vou viver
Mais de cem anos no meu Salgueiro
Tenho a fé que habita o sertão
De Lampião, o cangaceiro
Feito Moreno, eu vou viver
Mais de cem anos no meu Salgueiro
Sou espinho qual fulô de macambira
Olho gordo não me alcança
Ante o mal, a pajelança pra curar
Sempre há uma reza pra salvar
O nó desata, liberdade pela mata
E os mistérios do axé, meu candomblé
Derruba o inimigo um por um
Eu levo fé no poder do meu contra-egum
Salve, seu Zé, que alumia nosso morro
Estende o chapéu a quem pede socorro
Vermelho e branco no linho trajado
Sou eu malandragem de corpo fechado
Como parte do Grupo Especial das escolas de samba do Rio de Janeiro, o Salgueiro desfila na noite de 3 de março (segunda-feira), sendo a terceira e penúltima escola da noite a se apresentar. Unidos da Tijuca, Beija-Flor de Nilópolis e Unidos de Vila Isabel se apresentam no mesmo dia.