Senado aprova reconhecimento oficial do maior acervo de cultura negra da América Latina
Veja o impacto da recente aprovação do Projeto de Lei n.º 2.345/2023 pela Comissão de Educação e Cultura do Senado que reconhece a importância estratégica da Cultne no cenário cultural brasileiro.
A recente aprovação do Projeto de Lei n.º 2.345/2023 pela Comissão de Educação e Cultura do Senado reconhece a importância estratégica da Cultne no cenário cultural brasileiro. Situada no Rio de Janeiro, a organização se destaca como responsável pelo maior acervo audiovisual da cultura negra na América Latina. Assim, desempenha papel relevante na preservação e valorização da história afro-brasileira.
Essa medida visa garantir que a produção intelectual e artística negra tenha suporte institucional, com acesso a recursos e programas para manutenção, gestão e divulgação desse vasto legado. Portanto, o reconhecimento, além de reafirmar o valor do patrimônio cultural afrodescendente no país, também reforça o compromisso de democratizar o acesso à memória e à produção cultural negra para diferentes segmentos da sociedade.
Qual a importância do reconhecimento da Cultne enquanto manifestação cultural?
O reconhecimento legal da Cultne como manifestação da cultura nacional representa mais do que uma homenagem. Afinal, trata-se de um passo relevante para fortalecer políticas públicas voltadas à diversidade cultural. Isso aumenta a visibilidade das contribuições negras na formação da identidade brasileira. Ademais, o acervo, que reúne registros históricos, entrevistas, eventos e produções audiovisuais, serve como ferramenta tanto para pesquisa quanto para educação, atingindo estudantes, professores e o público em geral.
Ao receber esse status, a Cultne passa a contar com melhores condições para investir em estratégias de preservação e acesso. Dessa forma, consolida-se como referência na documentação da cultura negra. Além disso, tal reconhecimento estimula iniciativas semelhantes e incentiva a criação de novos espaços de memória em outras regiões do país.
Como a Cultne contribui para a preservação da memória afro-brasileira?
Desde sua fundação por Dom Filó, o Instituto Cultural Cultne atua de forma independente. Seu propósito é documentar e exibir a riqueza da produção cultural negra brasileira. Ao longo dos anos, ela consolidou um vasto acervo digital, reunindo desde registros de manifestações culturais populares até depoimentos de artistas, intelectuais e líderes comunitários. Portanto, esse trabalho é essencial para garantir que tradições, saberes e histórias não se percam com o tempo. Além de assegurar que gerações futuras conheçam e compreendam a importância da influência africana no Brasil.
Outra inovação promovida pela Cultne foi a criação do primeiro canal de televisão brasileiro dedicado exclusivamente à cultura negra. A plataforma de streaming proporcionou maior alcance ao público, permitindo acesso facilitado a conteúdos que por muito tempo ficaram restritos aos ambientes acadêmicos ou culturais específicos.
Quais ações garantem o acesso e a valorização desse acervo cultural?
O projeto de lei prevê apoio à Cultne por meio de programas e políticas públicas que assegurem a manutenção e difusão do acervo. Isso inclui iniciativas para facilitar a digitalização de materiais, conservação de registros audiovisuais e aprimoramento de plataformas online para ampliar a distribuição do conteúdo.
- Implantação de programas de formação e capacitação para profissionais da cultura.
- Parcerias com escolas e universidades para utilização do acervo em projetos pedagógicos.
- Promoção de eventos, exposições e debates públicos baseados nos registros da Cultne.
- Investimentos em tecnologia para garantir preservação de longa duração dos conteúdos digitais.
Essas medidas buscam não apenas a proteção do patrimônio já existente, mas também o estímulo à produção de novos conteúdos, com foco em temas como ancestralidade, cidadania e representatividade.
Memória, identidade e participação social: aspectos centrais do trabalho da Cultne
Ao se consolidar como referência em documentação audiovisual da cultura negra, a Cultne reforça uma perspectiva de valorização da memória coletiva e da construção identitária no Brasil. A organização atua, ainda, como espaço de promoção da cidadania, estimulando o debate público sobre políticas de igualdade racial e desafios enfrentados pelas populações afrodescendentes.
Por meio de parcerias institucionais e engajamento social, o trabalho desenvolvido amplia as possibilidades de diálogo entre diferentes setores da sociedade, colaborando para a formação de uma consciência crítica acerca da diversidade cultural. A sanção presidencial ao projeto de lei, aguardada para 2025, deverá representar mais um passo para consolidar o protagonismo negro no registro, disseminação e valorização do patrimônio histórico-cultural do país.