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Faculdade de Direito na Índia dá curso sobre Harry Potter

Disciplina compara o mundo da bruxaria e a situação do país

26 out 2018 - 09h47
(atualizado às 09h57)
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A Universidade Nacional de Ciência Jurídicas, em Kolkata, na Índia, dará aulas sobre os princípios legais do universo de Harry Potter. Os estudantes já estão se preparando, já que a partir de dezembro estudarão a escravidão de elfos domésticos, a discriminação contra lobisomens e as condições carcerárias da prisão de Azkaban.

O curso se chama "Uma interface entre literatura de fantasia e o Direito: foco especial no Universo de J.K. Rowling", e é uma criação de Shouvik Kumar, que ministrará a disciplina. Segundo o professor, daqueles que se candidatam, é esperado "que tenham lido todos os livros pelo menos duas vezes".

Na programação das aulas estão incluídos o estudo das "maldições imperdoáveis", como tortura, assassinato e possessão, assim como o estudo das regras do Quadribol, e uma análise da morte de Sirius Black, padrinho de Harry Potter.

A matéria pretende ainda incentivar os estudantes a pensar criticamente sobre os problemas sociais na Índia, assim como a discriminação, a tortura e a escravidão, que ainda assolam diversas partes do país.

Um outro debate comparativo que será levantado é a convivência da maioria indiana hindu com outras minorias étnicas e religiosas, assim como a existência de bruxos do livro em meio aos trouxas (pessoas que não apresentam habilidades mágicas).

"Na Índia vivemos uma situação política dividida", contou Kumar.

"Eu tenho as minhas próprias inclinações políticas, mas seria inapropriado aplicá-las em sala de aula. Então, estou usando algo em que os estudantes não terão julgamentos prévios", explicou.

"Nossos estudantes acreditam que a discriminação em Harry Potter é algo em que todos concordam ser errado", continuou o professor. "Mas na vida real, existem algumas coisas em que alguns veem como discriminação e outros não".

A disciplina examinará ainda, como criaturas como elfos, centauros e gigantes são marginalizados na sociedade, e como o "Profeta Diário", o jornal da saga, torna-se um mecanismo de propaganda. "Assim, quando eles encontrarem cenários similares no mundo real, talvez os ajudem a pensar um pouco", concluiu Kumar.

Ansa - Brasil   
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