Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Alexandre Lino e Paulo Fontenelle falam sobre parceria e criação: 'É uma relação de complementaridade estratégica'

Diretores Alexandre Lino e Paulo Fontenelle refletem sobre a relação artística e os caminhos que os levaram a uma parceria sólida

29 out 2025 - 20h21
Compartilhar
Exibir comentários

Alexandre Lino e Paulo Fontenelle dirigem o espetáculo Minha Nova Ginecologista, estrelado por Isabelle Marcos e Bruna Campello, em cartaz no Rio de Janeiro. Amigos e parceiros de longa data, os dois compartilham as dores e delícias de uma trajetória que une arte, cumplicidade e experimentação. Nesta conversa especial, eles se entrevistam e revelam bastidores de uma colaboração marcada por afinidade e respeito.

Alexandre Lino e Paulo Fontenelle falam sobre parceria e criação
Alexandre Lino e Paulo Fontenelle falam sobre parceria e criação
Foto: Revista Contigo! / Contigo

Paulo Fontenelle pergunta para Alexandre Lino

Nossa parceria não foi da noite para o dia. A que você atribui essa parceria?

"Atribuo à escuta mútua e ao respeito às singularidades. Desde a universidade, percebemos que, apesar das diferenças, tínhamos um olhar parecido para o humano e para a arte. Essa sintonia foi se aprofundando naturalmente, transformou-se em amizade, e a cada projeto entendemos onde reside nossa força. A ideia da peça surgiu de um papo informal e é a obra que mais define nossa parceria..."

Concordo. O Porteiro sintetiza um desejo artístico de lançar luz sobre um universo que conheço, a migração nordestina, e que você soube transformar em obra de grande alcance. Foi um divisor de águas. Você está acostumado a ser dirigido por mim, como foi dividir a direção?

"Foi um movimento natural. Já tínhamos esse histórico de trabalhos juntos — no teatro, cinema e TV — e isso me deu segurança para dividir a direção. Sabemos onde nossas ideias convergem e onde divergem, e sempre transformamos essas diferenças em diálogo produtivo. O resultado foi uma direção compartilhada que potencializou o melhor dos dois."

Você é produtor da peça O Porteiro e da peça Minha Nova Ginecologista, em parceria comigo, além de coprodutor do filme Marido de Aluguel, que já está chegando aos cinemas. Como é a relação do produtor Lino com o Paulo?

"É uma relação de complementaridade estratégica. No campo da produção, buscamos unir visão artística e pragmatismo: entendemos onde uma obra pode dialogar, planejamos sua trajetória e pensamos na longevidade dos projetos. O resultado é uma parceria que une forças criativas e empresariais em equilíbrio, sempre com foco em viabilidade e expansão."

Pensando nesse processo criativo que idealizamos juntos de O Porteiro, do projeto à pesquisa, a que você atribui a força desse encontro?

"Quando te convidei para fazer um porteiro no filme Apaixonados, não imaginava que desse encontro surgiria o Waldisney. Lembro até hoje de quando você observou no almoço que só te convidavam para fazer o papel de porteiros e a partir daí surgiu a ideia. No nosso caso, você foi sempre um ator de método e eu um diretor mais pragmático. Foi bem enriquecedor equilibrar essas duas vertentes e acho que o legal é que somos dois batalhadores detalhistas e perfeccionistas."

Alexandre Lino pergunta para Paulo Fontenelle

Como você percebe o Lino ator dando vida aos seus textos — e o Lino na direção, contribuindo nesse espaço de troca criativa?

"Apesar de ser a primeira vez em que o Lino dividia a direção comigo, não foi nosso primeiro trabalho colaborativo. E sempre nos respeitamos em tudo o que fazemos juntos. Então foi uma evolução de algo que já vinha se construindo. Dividir a direção é sempre complicado, até porque eu sou um diretor que costumo chegar com tudo definido e planejado. Ao mesmo tempo escuto e filtro ideias o tempo todo e tudo o que é bom entra no trabalho. Temos uma peça divertida, bem-humorada, ao mesmo tempo que traz educação e conscientização. Uma peça que agrada não somente às mulheres mas também aos homens."

Você transita entre teatro e cinema. Como essa vivência influencia seu olhar como diretor?

"É engraçado porque, da mesma forma que eu sei que são duas linguagens diferentes, não vejo como trabalhos diferentes de diretor e autor. Desde muito jovem, na verdade, eu fui um grande pesquisador nos dois sentidos. Trabalhei em uma locadora de vídeos para ter acesso livre e poder ver cerca de quatro filmes por dia, making offs e bastidores ainda com 14 anos. Fui aprendendo na marra por meio de pesquisa e assistindo aos grandes diretores e roteiristas trabalhando, da forma que eu conseguia. Com o teatro não foi diferente. Sempre vi e li muitas peças e textos de teóricos, dramaturgos e técnicos. Com o tempo, fui me tornando capaz de entender as variações de linguagem e evoluindo. Claro que eu acabo usando o conhecimento de forma misturada nas duas artes, é natural, mas acho que talvez (e talvez daí venha a pergunta do Lino) esteja no fato de que eu adoro trabalhar atores. Adoro trabalhar com o elenco, entender os detalhes na interpretação, as nuances e os caminhos para chegar aos personagens. E nesse caso a interpretação para cinema e TV é muito diferente da interpretação para teatro, porque a câmera é capaz de chegar ao olho do ator enquanto o teatro está sempre de corpo inteiro. Entendendo as linguagens, entende-se melhor as interpretações. Acho que o fato de o Lino ser um ator que escuta, que propõe, mas que entende que eu (ou qualquer diretor com quem ele esteja trabalhando) é que tem a visão do todo e que, como ator, ele precisa confiar, é uma característica maravilhosa. A parceria é algo natural."

ACOMPANHE A CONTIGO! NAS REDES SOCIAIS:

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por CONTIGO! (@tocontigo)

Contigo Contigo
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade