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Adeus a Brian Wilson, o gênio por trás dos Beach Boys

Lenda da música pop norte-americana morre aos 82 anos deixando um legado eterno de inovação, melodia e emoção

11 jun 2025 - 14h50
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Bruce Springsteen e Elton John aparecem no trailer de documentário de Brian Wilson
Bruce Springsteen e Elton John aparecem no trailer de documentário de Brian Wilson
Foto: The Music Journal

Brian Wilson se despediu do mundo nesta semana, aos 82 anos, e com ele parte também um capítulo essencial da música popular do século XX.

Fundador e alma criativa dos Beach Boys, Wilson não foi apenas um arquiteto sonoro da juventude americana dos anos 1960.

Ele foi, acima de tudo, um visionário. Um daqueles raros artistas capazes de ouvir o futuro antes de qualquer um conseguir imaginá-lo.

Compositor, produtor, arranjador e intérprete, Brian assinou algumas das canções mais belas, ousadas e emocionantes da era do vinil. Em seu repertório imortal estão clássicos como "God Only Knows", "Don't Worry Baby", "California Girls" e "Surfin' U.S.A.".

Com seus irmãos Dennis e Carl, o primo Mike Love e o amigo Al Jardine, Wilson transformou a praia em poesia, a juventude em melodia e a complexidade emocional em harmonia vocal.

A genialidade de Brian Wilson nunca veio sozinha. Ao longo da vida, ele travou batalhas profundas contra problemas mentais severos. Diagnosticado com esquizofrenia e, mais recentemente, com um distúrbio neurocognitivo grave similar à demência, ele passou boa parte de sua carreira oscilando entre a glória e o isolamento.

Ainda assim, mesmo nos momentos mais sombrios, a música continuava a encontrar nele um canal poderoso de expressão.

Wilson foi um dos primeiros músicos de rock a explorar com profundidade a estrutura de estúdio como instrumento artístico.

Em 1966, lançou Pet Sounds, álbum que não apenas revolucionou o som da banda como mudou o rumo da música pop. Embora tenha sido um fracasso comercial à época, o disco viria a influenciar artistas do calibre dos Beatles que, inspirados por ele, criaram Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band.

O trauma do fracasso comercial foi profundo. Brian se afastou dos palcos, mergulhou em crises existenciais e se distanciou da banda. Seu projeto mais ambicioso, o mítico Smile, passou décadas engavetado, como um sonho interrompido. Só em 2011 o álbum finalmente veria a luz do dia, tornando-se um símbolo de perseverança artística.

Brian Wilson: Entre sombras e luz, uma obra que não morre

Os últimos anos de vida foram marcados por uma carreira solo mais tranquila, turnês em teatros e festivais e uma devoção constante dos fãs. Em 2004, ele veio ao Brasil com um show que celebrava justamente a beleza complexa de Smile, o disco que quase não aconteceu. Foi ovacionado por uma plateia que sabia estar diante de um mestre.

As redes sociais de sua família confirmaram a notícia da morte com um pedido simples: privacidade. Mas é impossível conter o luto de um público global que cresceu embalado por suas harmonias. O céu azul da Califórnia nunca pareceu tão perto quanto nos refrões dos Beach Boys. E esse céu era Brian.

Com sua partida, não se encerra apenas a trajetória de um artista. Encerra-se uma era em que a música pop era feita com alma, riscos e beleza. E talvez o maior legado de Brian Wilson seja este: provar que, mesmo em meio ao caos da mente, pode haver espaço para a mais pura criação.

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