Um monte de casas vazias, mas faltam moradias: conheça as cidades das "persianas abaixadas"
Em Damgan, na costa da Bretanha francesa, a maioria das moradias são segundas residências — as casas vazias coexistem com trabalhadores e moradores que não conseguem encontrar um lar
Em Damgan, uma pequena vila costeira da Bretanha francesa, começaram a pintar as persianas de vermelho, azul ou verde, opções mais coloridas que o branco tradicionalmente usado nas fachadas. "Mandamos pintar", reconhece o prefeito, Jean Marie-Labesse. Essa mudança cromática talvez pareça algo menor, mas diz muito sobre os desafios que a localidade enfrenta. O motivo da pintura é que Damgan é basicamente uma cidade de veraneio, e muitas de suas janelas passam quase o ano inteiro fechadas.
Ao colocar um toque de cor nas persianas, a prefeitura pretende (ao menos esteticamente) que Damgan não pareça o que realmente é: uma localidade que permanece dormente quase o ano todo devido ao peso das segundas residências.
O caso de Damgan é interessante porque revela um fenômeno que afeta muitas outras cidades turísticas, dentro e fora da França: o "boom" das segundas residências em detrimento das moradias habituais. Na vila francesa, porém, essa tendência é especialmente acentuada. O Le Parisien afirma que 74% dos imóveis do município são segundas residências, percentual que chegou a se aproximar de 80% antes que a prefeitura tomasse providências.
Na prática, esse percentual se traduz em casas e mais casas fechadas a cadeado durante a maior parte do ano e milhares de persianas abaixadas em um degradê de branco que a prefeitura quer evitar. Os dados são eloquentes. Calcula-se que, das 4.000 moradias do município, 3.000 sejam segundas residências. Traduzindo em habitantes, isso ...
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