Threads supera Twitter em usuários diários, mas flopa em popularidade; por quê?
Na App Store, Threads é o terceiro aplicativo gratuito mais baixado; X, de Elon Musk, ocupa a 41ª posição
O aplicativo Threads, da Meta, ultrapassou o X, antiga plataforma do Elon Musk, em atividade diária nos EUA desde dezembro e tem 28 milhões de usuários ativos diários, segundo o Business Insider.
O aplicativo Threads, da Meta, superou o X (ex-Twitter) em número de usuários ativos diários nos EUA, desde pelo menos dezembro, de acordo com informações da plataforma de inteligência de dados Apptopia.
Na App Store da Apple, Threads é o terceiro aplicativo gratuito mais baixado no momento até a publicação desta reportagem, enquanto o X, de Musk, ocupa a 41ª posição.
Para Ivan Paganotti, professor de comunicação social da Universidade Metodista de São Paulo, parte do motivo do crescimento desses números vem através da insatisfação com a plataforma do bilionário, que passou por mudanças na moderação e na usabilidade do aplicativo.
“Com a compra do Elon Musk, o Twitter passou a ter uma moderação muito menor. Então, conteúdos que antes eram ofensivos, problemáticos, contas que tinham sido bloqueadas anteriormente ficaram com sua circulação autorizada”, afirmou.
Ele ressalta que muitos usuários que já tinham essa “decepção” com a rede social, pensavam em migrar para plataformas semelhantes como o Mastodon, o BlueSky. Porém, a maioria dessas redes novas ainda não aceita uma massa de novas contas tão grande, como é o caso do BlueSky, que ainda funciona a base de convites.
Na App Store do Brasil, o Threads apareceu como o 22º aplicativo gratuito mais baixado na sexta-feira (26). Já o X, ex-Twitter, está em 63º.
Segundo a reportagem, a estimativa é de uma média de 28 milhões de usuários ativos diários no Threads, um aumento de 55% desde dezembro.
Situação do X/Twitter
Além do acumulado de discursos de ódio na plataforma, há uma série de outros problemas na rede social que tendem a afastar até seus usuários mais fiéis.
Um deles é a promessa de Musk de resolver o problema dos bots, uma vez que a rede social foi invadida por spams, especialmente no período de aquisição.
“Foi um dos questionamentos que o Musk tinha levantado no período em que ele cogitava comprar o Twitter, de que tinha um número inflado artificialmente com contas de robôs, contas artificiais”, disse Paganotti.
O professor avalia que há uma ligação entre a tentativa de limpar essas contas de robôs e consequentemente diminuir o número de usuários ativos.
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Twitter x Threads: o que cada um tem e não tem?
Indo além dessa situação, desde a compra, a plataforma tem sido um parque de diversões para o bilionário, que começou uma série de planos mirabolantes para tentar monetizar a rede social, incluindo cobrar dos usuários uma taxa para postar no site, assim como o limite de visualização de tweets, e mais recentemente anunciou um aplicativo de TV separado para assistir a vídeos do X.
No entanto, o X ainda tem muito mais usuários ativos mensais do que o Threads, de acordo com a Apptopia. Paganotti também ressaltou que, embora o Threads tenha superado o X em algumas métricas nos EUA, globalmente o X ainda é a plataforma dominante no microblogging.
Problemas do Threads
Na visão do professor, a Meta tem demonstrado sua capacidade de integrar todas as plataformas já adquiridas, como WhatsApp, Facebook e Instagram. Porém, nas suas iniciativas próprias, como realidade virtual e Metaverso, existem várias dificuldades de desenvolvimento, com investimentos significativos e retornos ainda não claros.
“A gente pode colocar um pouco de realismo nesse otimismo todo sobre o Threads”, disse. “Então, não é necessariamente um sucesso garantido para a Meta, levando em consideração as dificuldades que eles têm nesse desenvolvimento interno das plataformas deles.”
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, parece não estar preocupado, dizendo a investidores em fevereiro que está "otimista de que podem manter o ritmo de melhorias e crescimento, e mostrar que um aplicativo orientado para discussões amigáveis pode ser tão amplamente utilizado quanto os aplicativos sociais mais populares".
