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Só 17% dos pais monitoram atividades dos filhos na internet, diz estudo do Google

Em média, pais param de supervisionar as crianças a partir dos 10 anos de idade

24 ago 2023 - 14h40
(atualizado às 16h40)
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Deixar crianças sem supervisão ou instruções para lidar com estranhos na internet pode ser bem problemático.
Deixar crianças sem supervisão ou instruções para lidar com estranhos na internet pode ser bem problemático.
Foto: Reprodução

Uma pesquisa realizada pela Nielsen a pedido do Google revelou que apenas 17% dos pais e mães usam ferramentas de controle parental para monitorar a atividade digital dos filhos. O estudo foi apresentado durante o evento Mais Seguro com o Google na quinta-feira 17.

Apesar da baixa porcentagem de supervisão com recursos especializados, o levantamento também apontou que 78% das crianças brasileiras (entre 5 e 12 anos) possuem um celular próprio e que a maioria, em média, fica online de uma a duas horas diárias, enquanto adolescentes (entre 13 e 17 anos) usam a internet por três ou mais horas por dia.

Ainda, diz o estudo do Google, os pais deixam de monitorar a atividade online dos filhos a partir dos 10 anos de idade, apesar de as preocupações aumentarem com a exposição à tela e ataques maliciosos.

Segurança digital

O monitoramento parental das atividades online dos filhos se torna uma tarefa cada vez mais difícil à medida que a tecnologia evolui e as crianças passam a começar a usar a internet mais cedo. O uso das redes sociais, por exemplo, tem um aumento significativo a partir dos 13 anos de idade, em que mais de 70% dos adolescentes passam a incorporar o acesso a essas plataformas na rotina digital.

O estudo também concluiu que a maioria das crianças já se deparou com algum problema envolvendo segurança online. Ainda assim, apenas 20% dos pais reconhecem que precisam aprimorar seus conhecimentos em cibersegurança. Entre as principais preocupações dos pais com os filhos na internet estão o compartilhamento de dados pessoais (32%), assédio online (38%) e golpes (16%).

As técnicas mais utilizadas pelos pais que supervisionam os filhos na internet são o bloqueio de conteúdos específicos (57%) e de sites (56%), além do monitoramento de navegação na internet em tempo real (49%) ou do histórico de pesquisa (43%).

Para a realização do estudo, a Nielsen entrevistou 1.820 pais brasileiros de classes entre A e E com filhos entre 5 e 17 anos de idade. A pesquisa foi conduzida entre os dias 26 de junho e 7 de julho deste ano.

Roblox e Discord levantam alertas

Casos envolvendo problemas de segurança digital de crianças e adolescentes vem chamando atenção nos últimos anos, principalmente por acontecerem em sites e aplicativos comumente acessados por esse público. Em 2018, o jornal espanhol El País denunciou um "estupro do avatar" de uma criança americana de 7 anos na plataforma de jogos online Roblox.

No mesmo app, em 2021, a polícia escocesa emitiu um alerta para pais depois de uma mãe denunciar que o filho vinha recebendo conteúdo pornográfico na plataforma. Em fevereiro de 2022, a BBC também revelou que no Roblox alguns usuários recriavam cenas de tiroteio em escolas e até cenas de sadomasoquismo.

O caso mais recente aconteceu este ano, quando investigações policias revelaram que na plataforma Discord (de ligações em vídeo e transmissões ao vivo) alguns servidores eram usados para realizar crimes contra adolescentes, como "estupro virtual" e chantagens para induzir agressões e mutilações.

*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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