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Quem é o bilionário que diz que universidades vão pagar por políticas de diversidade

Cocriador do navegador Netscape e investidor da Meta, Marc Andreessen é uma das figuras mais importantes da história da internet

15 jul 2025 - 16h22
(atualizado às 17h03)
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Marc Andreessen é um dos nomes mais influentes da história da internet comercial e virou conselheiro de Trump
Marc Andreessen é um dos nomes mais influentes da história da internet comercial e virou conselheiro de Trump
Foto: a16z.com/Divulgação / Estadão

O bilionário Marc Andreessen, figura influente do Vale do Silício, voltou ao centro das atenções após criticar duramente universidades como Stanford e MIT. Em mensagens obtidas pelo jornal The Washington Post, enviadas a um grupo privado com aliados de Donald Trump e especialistas em inteligência artificial (IA), ele acusou as instituições de promoverem políticas de diversidade que, segundo ele, prejudicam americanos nativos, e afirmou que elas "vão pagar o preço".

A mensagem menciona ainda um episódio pessoal: Andreessen teria reclamado que Stanford "forçou sua esposa para fora" de um centro de filantropia, colocando à instituição uma dívida simbólica de US$5 bilhões em futuras doações. Ele acusou as universidades de "declararem guerra a 70% do país", reforçando sua posição de confronto entre elite acadêmica e população, como ele diagnostica. A série de mensagens foi enviada via WhatsApp em maio, com ele saindo do grupo após o episódio.

Marc Andreessen é um dos nomes mais influentes da história da internet comercial. Cofundador do navegador Netscape e sócio de um dos fundos de investimento mais poderosos do Vale do Silício, ele ajudou a moldar a era digital. Mas sua guinada ideológica nos últimos anos, com críticas à diversidade, à imigração e às universidades, tem causado crescente incômodo até mesmo dentro do setor que o consagrou.

Quem é Marc Andreessen

Nascido em 1971 em Cedar Falls, Iowa, Marc Lowell Andreessen cresceu em New Lisbon, Wisconsin. Na infância, já demonstrava aptidão para a programação: aprendeu BASIC para criar jogos e até tentar automatizar sua lição de casa, segundo seu perfil na Enciclopédia Britannica.

Ele cursou ciência da computação na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, onde trabalhou no NCSA, laboratório pioneiro da internet universitária. Lá, junto com Eric Bina, desenvolveu o navegador Mosaic em 1993, popularizando a web gráfica ao integrar imagens e links de forma acessível. A inovação gerou mais de 2 milhões de downloads em menos de um ano, em um período em que a internet comercial ainda engatinhava.

Em 1994, Mosaic se tornou a base da Mosaic Communications, fundada por Andreessen com apoio do ex-CEO da Silicon Graphics, Jim Clark. A empresa foi renomeada para Netscape, e seu navegador Navigator dominou em pouco tempo cerca de 75% do mercado global, imprimindo o nome de Andreessen nas capas de revistas como a Time.

A abertura de capital da Netscape, em 1995, marcou o início do frenesi das empresas de internet no mercado financeiro. Quatro anos depois, já em meio à bolha das "pontocom", a empresa foi vendida à AOL por US$?4,3 bilhões, e Andreessen assumiu o cargo de CTO, posição que deixou em apenas sete meses.

Após a saída da AOL, ele co-fundou a Loudcloud, que se transformaria na Opsware. A empresa, pioneira em computação de nuvem e serviços para internet corporativa, foi comprada em 2007 pela Hewlett-Packard por US$?1,6 bilhão.

Em 2009, fundou, ao lado de Ben Horowitz, a Andreessen Horowitz, firma de capital de risco com atuação influente. O fundo começou com US$?300 milhões e, em pouco tempo, cresceu para US$?2,7 bilhões em ativos sob gestão. Entre seus investimentos estão gigantes como Facebook, Twitter, GitHub e Airbnb.

Investimentos e financiamento político

Andreessen fez fortuna apoiando companhias em expansão. Seu fundo participou da aquisição do Skype por US$?2,75 bilhões em 2009, que mais tarde foi vendido para a Microsoft por US$?8,5 bilhões . Além disso, ele integrou o conselho do eBay entre 2008 e 2014, afastando-se por divergir da cisão do PayPal, num confronto público com o investidor Carl Icahn, acusando-o de favorecer interesses próprios.

Também co-fundou Ning, rede social lançada em 2004, que foi vendida em 2011 por cerca de US$?150 milhões. Ao longo dos anos, acumulou posições em conselhos como Meta, Hewlett-Packard e Stanford Hospital, além de apoiar projetos como Neom, uma zona futurista na Arábia Saudita.

Andreessen inicialmente engajou-se com doações democratas, incluindo Hillary Clinton e Barack Obama. Em 2012, apoiou Mitt Romney, e em 2016 foi favorável a Carly Fiorina e, depois, a Hillary novamente. Porém, após a tentativa de assassinato de Trump em 2024, ele e seu fundo apoiaram abertamente o ex-presidente.

Em dezembro de 2024, após a eleição de Trump, Andreessen disse que havia passado metade do seu tempo desde a eleição no complexo Mar-a-Lago, oferecendo visões sobre política econômica e de tecnologia, além de ajudar a contratar oficiais. O investidor passou a ter o ouvido do republicano e a influenciar as suas decisões.

Antes, em dezembro de 2023, ele já havia causado controvérsia ao publicar um manifesto, chamado, "The Techno-Optimist Manifesto", no qual descreve uma visão dos bilionários da tecnologia como autores de um futuro no qual a "máquina de tecnocapital" produz tudo o que é bom no mundo. Ele foi criticado por ter uma visão de que bilionários do setor que não são apenas líderes de seus negócios, mas seriam "donos da ordem social", livres do que chama de "inimigos": responsabilidade social, confiança e segurança e ética tecnológica.

Estadão
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