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Por que a boca é a parte mais suja do corpo?

Existem 700 espécies de bactérias na boca de um ser humano. Elas não são necessariamente prejudiciais, mas reforçam a necessidade de uma boa higiene oral

7 fev 2024 - 19h22
(atualizado em 8/2/2024 às 10h25)
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Nesse exato momento, bactérias passeiam pela sua boca, livremente. Mas fique calmo: muitos desses organismos que compõem a microbiota oral não são necessariamente prejudiciais e até desempenham papéis importantes na saúde bucal e geral do corpo. No entanto, a má higiene bucal e determinados problemas de saúde podem afetar esse ecossistema.

Foto: Ronailson Santos/Pexels / Canaltech

Os números são surpreendentes: segundo a Microbes and Environments, há aproximadamente 700 espécies diferentes habitam essa parte do corpo. O microbioma oral é formado tanto por bactérias saudáveis que trabalham para proteger a boca como bactérias nocivas, conhecidas por causar cáries e outras doenças. Juntos, esses microrganismos constituem uma comunidade chamada biofilme.

Também chamado de placa bacteriana, o biofilme é aquela matriz pegajosa formada principalmente de polissacarídeos e proteínas, que mantém as bactérias unidas e prendem às superfícies dentárias.

Quando os microrganismos do biofilme da boca não são removidos regularmente por meio da escovação dos dentes, uso de fio dental e limpeza da língua, podem se acumular e se multiplicar, formando placas bacterianas mais espessas.

Com o tempo, essas placas podem mineralizar e se transformar em tártaro, aquela substância dura e difícil de sair, e que se precisa ir ao dentista para remover.

As bactérias que habitam a boca

As superfícies da cavidade oral são cobertas tanto por bactérias aeróbicas — que precisam de oxigênio para sobreviver e multiplicar — quanto bactérias anaeróbias, que crescem na ausência de oxigênio e se desenvolvem principalmente à noite, enquanto dormimos.

Bactérias dos gêneros Streptococcus, Actinomyces e Fusobacterium habitam a boca de uma pessoa saudável, sendo que as responsáveis pela placa são geralmente Streptococcus mutans.

Bactérias do gênero Streptococcus, que costumam habitar a boca (Imagem: Djihed/Wikimedia Commons)
Bactérias do gênero Streptococcus, que costumam habitar a boca (Imagem: Djihed/Wikimedia Commons)
Foto: Canaltech

Desde que o crescimento dessas bactérias seja controlado por uma boa higiene oral e uma alimentação adequada, a sua presença não precisa de ser prejudicial.

Doenças bucais

Algumas doenças bucais são causadas por essas bactérias. É o caso da cárie dentária, em que acontece a produção de ácidos que corroem o esmalte dos dentes, levando à formação de cavidades.

Já o acúmulo de placa bacteriana ao longo da linha da gengiva pode causar uma inflamação chamada gengivite, e se não houver o tratamento adequado, pode evoluir para uma periodontite, em que as bactérias da placa bacteriana se infiltram abaixo da linha da gengiva e danificam o tecido de suporte dos dentes. A periodontite pode até levar ao diabetes e ao Alzheimer

As bactérias também podem gerar compostos odoríferos, como sulfetos de hidrogênio, que levam ao famoso mau hálito, ou levar a infecções em partes como língua, bochechas e céu da boca.

Alimentação

Segundo Lidiane Machado, professora de Periodontia do Centro Universitário Newton Paiva, a alimentação influencia no comportamento dessas bactérias.

"As mudanças na dieta têm um impacto direto na composição e no equilíbrio da microbiota oral, afetando a saúde bucal de diversas maneiras, como mudar o pH e a oferta de nutrientes na cavidade oral, estimular ou inibir o crescimento de certas bactérias", afirma.

A especialista acrescenta que a alimentação pode aumentar ou diminuir a formação de biofilme e de ácidos orgânicos, afetar a mineralização e a desmineralização do esmalte dentário, e interferir no sistema imunológico e na resposta inflamatória. "A dieta é um dos principais fatores que influenciam a composição e a função da microbiota oral", conclui.

Hábitos para evitar

Alguns hábitos devem ser deixados de lado para não comprometer a sua saúde bucal, como o compartilhamento de garrafinhas (que inclusive devem ser higienizadas corretamente, com água e detergente) e principalmente de escovas de dentes. 

O tabagismo e o consumo excessivo de açúcar também contribuem para o desenvolvimento de condições como cárie. Os especialistas também recomendam não roer as unhas, já que isso pode transferir bactérias das mãos para a boca.

Fonte: Bayview Dental Associates, Ministério da Saúde, Microbes and Environments

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