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Planeta tão fofo quanto algodão-doce pode se tornar uma superterra

O exoplaneta V1298 Tau b tem densidade parecida com a de um delicioso algodão-doce. Agora, astrônomos descobriram que este mundo está encolhendo

22 mai 2024 - 03h15
(atualizado às 15h42)
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O exoplaneta V1298 Tau b tem o tamanho de Júpiter, mas não por muito tempo. Através de observações do telescópio espacial Hubble, cientistas descobriram que este mundo fofo como algodão-doce está encolhendo. Por isso, ele está a caminho de se tornar um planeta menor que Netuno, ou pouco maior que a Terra. 

Foto: NASA/ESA/G. Bacon/STSCI / Canaltech

Este exoplaneta orbita uma estrela que tem aproximadamente 23 milhões de anos. Isso significa que este astro é um bebê se comparado a estrelas de meia-idade, como nosso Sol, que já chega aos 4,6 bilhões de anos. Em seu sistema, V1298 Tau b está acompanhando dos exoplanetas V1298 Tau c, d e e. 

"O V1298 Tau b tem o tamanho de Júpiter. No entanto, descobrimos que a massa desse planeta é comparável, ou até menor, que a de Netuno", observou Saugata Barat, pesquisador que liderou a equipe. Portanto, isso significa que, se o planeta perder grande parte da sua atmosfera, ele deve se tornar um subnetuno, nome dado aos exoplanetas com raio menor que aquele de Netuno, ou até uma superterra.

Para chegar a estes cenários, os pesquisadores observaram com o telescópio Hubble as passagens do exoplaneta em frente à sua estrela. Ao investigar a atmosfera de V1298 Tau b, os autores notaram que ali existe uma atmosfera grande e limpa que se estende por quase 1.000 quilômetros. 

Alguns dos exoplanetas do sistema V1298 Tau (Imagem: Reprodução/Gabriel Pérez Díaz, SMM (IAC))
Alguns dos exoplanetas do sistema V1298 Tau (Imagem: Reprodução/Gabriel Pérez Díaz, SMM (IAC))
Foto: Canaltech

Portanto, V1298 Tau b tem atmosfera muito maior que aquela de objetos do Sistema Solar. O mais curioso é que o planeta fica a cerca de 25 milhões de quilômetros da sua estrela, levando apenas 24 dias para completar uma volta ao redor dela. Devido à proximidade, o planeta é bombardeado intensamente pela luz ultravioleta e por raios X, que destroem sua atmosfera.

Para completar, o interior do exoplaneta é bem quente e também contribui para a perda atmosférica. "Portanto, é possível que, no devido tempo de sua evolução, a composição atmosférica e a química do V1298 Tau b também possam mudar", sugeriu o autor. Mais observações são necessárias para os cientistas entenderem o que esperar da evolução de V1298 Tau b. 

Felizmente, eles conseguiram tempo para observá-lo com os instrumentos do telescópio James Webb, que "é sensível a uma grande variedade de moléculas como água, metano, monóxido e dióxido de carbono, e dióxido de enxofre", disse Barat. Ao determinar a abundância destas e de outras moléculas, eles podem criar uma espécie de inventário dos compostos químicos na atmosfera do planeta. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy, Space.com

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