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'Padrinho da IA' diz que EUA vão perder corrida da IA para China por cortes em universidades

Geoffrey Hinton criticou ataques a instituições de pesquisa e disse que o país "está comendo a semente" ao reduzir o investimento em ciência básica

14 out 2025 - 09h11
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O cientista britânico Geoffrey Hinton, conhecido como o "padrinho da inteligência artificial (IA)", afirmou que os EUA podem perder sua liderança na área para a China por causa de cortes e pressões políticas sobre universidades de pesquisa. O alerta foi feito durante entrevista ao podcast americano The Weekly Show with Jon Stewart, no último dia 8.

Hinton, que ajudou a criar as redes neurais que impulsionaram o avanço da IA moderna, disse que os EUA "não estão tão à frente da China quanto pensam". Ele explicou que o enfraquecimento do apoio à ciência básica ameaça o futuro da inovação americana. "Se você quiser prejudicar um país, basta cortar o financiamento da ciência básica e atacar as universidades de pesquisa", afirmou.

Geoffrey Hinton alerta que cortes e pressões políticas sobre universidades podem comprometer décadas de avanço americano em IA
Geoffrey Hinton alerta que cortes e pressões políticas sobre universidades podem comprometer décadas de avanço americano em IA
Foto: Alice Labate/Estadão / Estadão

Por "ataques", Hinton se refere às pressões do governo americano sobre universidades como Harvard, MIT, Princeton e UCLA, incluindo mudanças forçadas em políticas de admissões e diversidade. Autoridades federais ameaçam cortar verbas caso as instituições não atendam às exigências.

O pesquisador afirmou que essas medidas corroem as bases que sustentaram a revolução da IA. "O aprendizado profundo, que impulsionou a atual revolução da IA, veio de décadas de financiamento constante para pesquisa básica", disse.

Hinton comparou os cortes a "comer a semente de milho", destruindo as bases do progresso ao eliminar investimentos que garantem o futuro. Ele defendeu que a inovação em IA depende de liberdade acadêmica e estabilidade de financiamento, e não de investimentos pontuais em recursos.

O governo americano tem pressionado universidades como Harvard e MIT, ameaçando cortar verbas federais caso não adotem mudanças em políticas internas. No mês passado, Donald Trump afirmou que estava perto de entrar em um acordo com Harvard, enquanto a presidente do MIT, Sally Kornbluth, rejeitou proposta do Departamento de Educação que oferecia acesso a fundos em troca de alterações nas regras da universidade.

Segundo Hinton, universidades americanas sempre foram o motor do avanço científico global e responsáveis por inovações que transformaram a economia mundial. Reduzir o papel dessas instituições abrirá espaço para que a China avance na próxima geração de tecnologias de IA.

O pesquisador também disse que qualquer liderança internacional no desenvolvimento seguro da IA provavelmente virá da Europa ou da China. "Isso não virá dos EUA pelos próximos três anos e meio", afirmou.

O alerta reforça a preocupação de pesquisadores sobre o impacto de políticas de financiamento e regulação acadêmica no avanço tecnológico americano. Para Hinton, o futuro da IA e da competitividade dos EUA vai depender de manter investimento contínuo em pesquisa básica e autonomia das universidades.

Estadão
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