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Novo pico de covid na China pode afetar o Brasil? Entenda

Expectativa, de acordo com as autoridades, é de 65 milhões de infecções por semana em toda a China

26 mai 2023 - 14h43
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China faz alerta sobre nova onda de Covid-19
China faz alerta sobre nova onda de Covid-19
Foto: Poder360

Um dos principais especialistas da China em doenças respiratórias, Zhong Nanshan, alertou na última segunda-feira (22) sobre um novo pico de covid-19 no país. A expectativa, de acordo com as autoridades, é de 65 milhões de infecções por semana em toda a China. 

O país, que adotou regras duras de isolamento social para conter o vírus, espera que o novo pico ocorra no final de junho. A circulação da subvariante XBB, da Ômicron, favorece a transmissão da doença entre os chineses.

Segundo Zhong Nanshan, a nova onda já teve início em abril, quando os casos de covid passaram a superar a gripe comum como principal doença infecciosa. Ainda em maio, especialistas acreditam que os casos podem superar a marca de 40 milhões de infecções por semana. 

As declarações de Zhong Nashan — que é consultor do governo chinês para covid-19 desde o início da pandemia — foram feitas em uma conferência científica na cidade de Guangzhou, reportadas pelo jornal Pengpai Xinwen (The Paper) de Xangai.

Na ocasião, a autoridade em saúde afirmou que a estratégia chinesa de controle, que antes era voltada à prevenção das infecções, foi ajustada para prevenir doenças graves, uma vez que a infecção pelas subvariantes XBB da ômicron se tornou difícil de conter.

Subvariante XBB

Apesar de 65 milhões de novas infecções por semana previstas para a China serem números preocupantes, vale ressaltar que o pico registrado no país foi em 20 de dezembro de 2022, com 37 milhões de casos diários da doença.

Como os casos se tratam de reinfecção, a expectativa é de que a onda chinesa seja branda, como aconteceu com a onda da subvariante XBB.1.5 nos EUA e na Europa. No Brasil, o primeiro caso da subvariante foi identificado no interior de São Paulo, em janeiro deste ano, sem impactos mais alarmantes.

Ao alertar sobre a nova onda, Zhong Nashan reiterou que duas vacinas chinesas podem combater as cepas mutantes XBB, hoje dominantes mundialmente.

"Na pesquisa de vacinas mais eficazes, podemos ficar à frente do mundo", disse, ao comentar sobre importância do desenvolvimento de imunizantes específicos para as subvariantes XBB. 

Nova onda de covid na China pode afetar o Brasil?

Em entrevista ao Byte, o infectologista e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Robson Reis, afirmou que o cenário epidemiológico no Brasil é confortável. Os dados apontam para a queda no número de casos, internações e óbitos pela doença. 

"No Brasil, a gente vive hoje, de certa forma, uma situação controlada com a queda do número de casos. Volta e meia tem uma flutuação, mas desde o começo de 2023 está em queda. Ainda temos um cenário epidemiologico confortável e vai se manter, sou otimista ao cenário da covid-19 no mundo", afirmou.

A pandemia não acabou

Entretanto, o infectologista reitera que a situação na China traz um alerta: a pandemia não terminou. O especialista acredita que a prioridade, a exemplo do que vem sendo discutido na China, é investir em novas vacinas adaptadas para a as subvariantes que surgem. 

"Essa subvariante XBB rapidamente passou a dominar e tem mais de dez mutações em relação à cepa original. Ela tem uma capacidade muito grande de driblar o nosso sistema imunológico, como também o que foi induzido por uma infecção prévia. Inclusive ela pode driblar o tratamento com alguns antivirais", disse Robson Reis.

O especialista também alertou sobre os dados estão sendo subnotificados. Por isso, reforçou a importância de alguns cuidados serem mantidos. 

Por exemplo, Reis comentou que houve baixa adesão à vacina bivalente no Brasil. O imunizante protege contra a cepa original e a ômicron, que é a variante dominante no mundo. 

"Eu acho extremamente importante e pertinente falar sobre a covid, hoje não tem mais essa abordagem tão diária. Com isso, a população relaxou e começou aquela coisa de dizer que a covid acabou. A OMS nao determinou o fim da pandemia, mas o fim da emergência", disse o médico.

"Isso trouxe para a população uma falsa impressão que a pandemia tinha acabado. Algumas pessoas não aderiram à vacina bivalente, mais adaptada para a variante ômicron. Ela traz o componente da cepa original e da variante que é a dominante no mundo", destacou o especialista.

Fonte: Redação Byte
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