Na Idade Média, havia uma moda culinária caríssima que hoje tornaria a comida intolerável: ela era banhada em especiarias
Nos grandes banquetes, não se economizava em especiarias, e há duas razões muito simples: paladar e status
Cada um com o seu gosto. Mas se você fosse convidado por um grande senhor feudal da Idade Média, um conde ou barão rico que quisesse impressionar seus convidados com um banquete opulento à base de peixes, carnes, vinhos e doces, o melhor seria que seus gostos se inclinassem para uma comida hiper temperada.
Afinal, não era incomum que na mesa você se deparasse com uma bandeja de faisão mergulhado em um molho feito com 17 especiarias diferentes, tantas que seu sabor dificilmente agradaria ao paladar atual.
Talvez essa expectativa pareça pouco apetitosa, mas para os comensais medievais, fazia todo sentido.
Melhor com especiarias
Os comensais endinheirados da Idade Média adoravam especiarias. Muito. Tanto, que seus banquetes eram um verdadeiro desfile de temperos como gengibre, canela, pimenta preta, noz-moscada e açafrão, entre outros. Como exemplo, Michael Delahoyde, da Universidade Estadual de Washington, explica que um molho para carnes poderia conter até 17 especiarias diferentes.
Em outro exemplo recente, o El País falava de receitas com até 15 especiarias e muito açúcar.
Tudo no mesmo prato. Combinado.
Formando uma mistura de sabores que faria com que as comidas que enfeitavam os grandes banquetes dos nobres medievais dificilmente fossem comestíveis para os comensais do século 21. E isso (ironia culinária) sendo que nunca foi tão fácil encontrar especiarias como é hoje: basta entrar em qualquer supermercado e se deparar com prateleiras cheias delas.