Na Europa, o plástico reciclado vale mais do que o plástico novo e o culpado é um velho conhecido: a lei sobre tampas
Nunca uma coisa tão pequena (e aparentemente sem importância) despertou tanta polêmica
Quando, em 5 de junho de 2019, Antonio Tajani, vice-primeiro ministro da Itália, assinou a Diretiva 2019/904 (lei válida para todos os países da União Européia), ele não podia imaginar que estava lidando com um dos temas mais polêmicos da última década: a maldita tampa de plástico.
No papel, era uma medida simples. Aliás, era uma medida de bom senso: de acordo com as estimativas da Comissão Europeia, apenas 10 produtos representavam 70% de todo o lixo marinho do mundo, e um deles eram as tampas de plástico (das embalagens descartáveis).
Bastavam algumas medidas fáceis para "reduzir à metade esses desperdícios e evitar danos ao meio ambiente avaliados em 230 bilhões de euros".
Mas as pessoas (muitas) não gostaram da ideia das tampas.
O problema é que não parou por aí
A ideia básica do projeto era que, assim que a nova normativa entrasse em vigor, "até uma dezena de produtos deveriam ser fabricados 'exclusivamente' com materiais sustentáveis ou, caso isso fosse inviável, o design deveria ser alterado para garantir a coleta de até 90% (e, no caso de produtos especialmente sensíveis, precisariam ser feitas uma série de campanhas para reduzir ao mínimo possível)".
Buscava-se impulsionar um enorme programa de inovação e desenvolvimento destinado a "impulsionar novos designs industriais, novos materiais e novos usos"; mas a Comissão se deparou com uma sociedade que não entendia muito bem o que se pretendia fazer e o que ainda precisava ser feito.
A partir de 2025, as garrafas ...
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