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Molécula no exame de sangue pode indicar diabetes antes dos primeiros sintomas

Quando a concentração de um tipo específico de açúcar está baixo no sangue, a pessoa muito provavelmente desenvolverá o diabetes, segundo pesquisa suíça

18 ago 2022 - 18h27
(atualizado às 20h15)
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Para possibilitar o diagnóstico precoce do diabetes, uma equipe internacional de cientistas buscou alternativas simples e acessíveis, como um exame de sangue comum. Neste tipo de teste, quando a molécula 1,5-anidroglucitol — um tipo de açúcar — está em concentrações baixas, há um forte indicativo de que a pessoa desenvolverá a doença, mesmo que os sintomas ainda não sejam perceptíveis.

Publicado na revista científica Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, o estudo sobre a molécula associado ao diabetes precoce foi liderado por pesquisadores da Universidade de Genebra (Unige), na Suíça.

Foto: Maxxyustas/Envato Elements / Canaltech

O novo exame de sangue já está disponível?

"Ainda estamos planejando testar a relevância desse açúcar em diferentes tipos de pacientes e em diferentes escalas temporais, mas deve permitir grandes avanços no acompanhamento de pessoas em risco", explica o cientista Pierre Maechler, um dos autores do estudo, em comunicado. Isso porque, apesar das evidências, mais estudos são necessários até que a análise dessa molécula faça parte dos exames de rotina.

Vale lembrar que, quando a doença é diagnosticada no estágio de pré-diabetes, sua progressão para o diabetes estabelecido pode ser evitada, através de mudanças no estilo de vida e da adoção de atividades físicas. Por isso, medidas que permitam o diagnóstico precoce são tão importantes.

Agora, quando a doença não é diagnosticada precocemente e avança sem controle, a pessoa pode enfrentar sérias complicações, como a amputação de pernas ou pés, ou a cegueira. Em casos extremos, a condição pode levar ao óbito.

Como funciona o novo teste para o diabetes?

"Identificar a passagem do pré-diabetes para o diabetes é complexo", comenta o pesquisador Maechler. Isos porque as células afetadas — que estão espalhadas em quantidades muito pequenas no pâncreas — não podem ser analisadas de uma forma que não seja invasiva.

A partir dessa dificuldade, a ideia foi buscar uma molécula que sua concentração estivesse associada com a doença. Inicialmente, análises foram feitas com roedores saudáveis, pré-diabéticos e diabéticos, onde foi possível identificar a importância da ausência da 1,5-anidroglucitol.

Molécula pode indicar a doença antes dos primeiros sintomas

Após descobrirem a relação entre a molécula e o diabetes em roedores, a equipe buscou alternativas para confirmar a sua relevância para os humanos. Isso foi possível comprovar no mais recente estudo dos cientistas.

"Conseguimos observar uma diminuição desse açúcar em pessoas com diabetes. Foi muito motivador, especialmente porque essa redução era observável independentemente dos sintomas e mesmo antes do início do diabetes", afirma Cecilia Jiménez-Sánchez, uma das autoras do estudo.

Fonte: Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism e Universidade de Genebra

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