Já sabemos qual é o truque da Rússia para multiplicar seus drones: eles vêm da China disfarçados de "unidades de refrigeração"
A proliferação de motores camuflados e empresas fictícias demonstra que, no campo de batalha, a influência tecnológica da China é muito difícil de ignorar
Se a pergunta é até onde vai a ajuda de Pequim a Moscou no contexto da guerra na Ucrânia, a resposta é bastante ampla. Já sabíamos, por documentos obtidos pela Bloomberg, que a produção de drones russos estava sendo beneficiada pelo uso de empresas intermediárias, com a China como principal ator envolvido. Agora sabemos mais: a engenharia do engano para driblar as sanções.
A informação foi divulgada com exclusividade pela Reuters. Ao que tudo indica, a Rússia conseguiu manter e ampliar a produção de seus drones kamikaze Garpiya-A1, apesar das sanções impostas pelo Ocidente, graças a um sofisticado esquema de importação disfarçada que envolve empresas chinesas.
Documentos aduaneiros, contratos internos e faturas analisadas pelo veículo revelam que os motores L550E, fabricados pela empresa chinesa Xiamen Limbach Aviation Engine Co., continuam chegando à estatal russa IEMZ Kupol, agora por meio de uma empresa de fachada chamada Beijing Xichao International Technology and Trade. Para evitar a detecção, os motores são identificados como "unidades de refrigeração industrial" nos documentos de transporte, o que permite o envio de Pequim até Moscou (e de lá para Izhevsk, sede da fábrica Kupol) sem alertar as autoridades aduaneiras chinesas e sem infringir formalmente a legislação exportadora do país.
Um documento interno da Kupol confirma que a empresa assinou um contrato com o Ministério da Defesa russo para fabricar mais de 6.000 unidades do Garpiya em 2025, triplicando a ...
Matérias relacionadas
Luzes misteriosas aparecem no céu de Minas Gerais e assusta população