Facebook e Twitter terão dificuldades após entrada tardia na China
O Facebook e o Twitter enfrentam uma tarefa difícil na China, caso o acesso às redes sociais seja desbloqueado, já que terão de concorrer com rivais domésticos bastante consolidados que atendem as necessidades e gostos locais.
Anos de crescimento fizeram com que as sofisticadas empresas de mídia social da China, incluindo Tencent Holdings, Sina e Renren, ficassem despreocupadas se Facebook e Twitter tivessem acesso ao mercado chinês de 591 milhões de usuários de internet, a maior população online do mundo.
O acesso ao Facebook e ao Twitter está bloqueado na China desde 2009, mas será retirado pelo governo na Zona Franca de Xangai (FTZ, na sigla em inglês) neste fim de semana, afirmou o jornal South China Morning Post na terça-feira - uma decisão chamada popularmente de "Concessão da Internet".
Mas pode ser muito tarde para eles conseguirem repetir o sucesso dos demais países num dos mercados de Internet mais promissores do mundo, mas também mais restrito - onde as receitas com publicidade online subiram 47% no ano passado, para US$ 12,3 bilhões.
O popular aplicativo de mensagens da empresa Tencent, o WeChat, tem 236 milhões de usuários ativos, mais da metade dos usuários de smartphones da China, e o serviço de microblogging Sina Weibo fechou o ano passado com mais de 500 milhões de contas registradas.
O Facebook, avaliado em US$ 118 bilhões, disse no prospecto de sua oferta pública inicial de ações (IPO) no ano passado que sua fatia no mercado chinês era de quase zero, e estudos recentes afirmam que o Twitter tem somente 50 mil usuários ativos na China. O acesso só é feito por pessoas com Rede Privada Virtual que podem ultrapassar o firewall chinês.