Há quatro décadas, a China decidiu investir para formar milhões de engenheiros. Hoje, esse plano é fundamental para a inteligência artificial
Entre 2013 e 2016 a Tsinghua foi a universidade com mais pesquisas citadas do mundo
Durante anos, a China foi vista como a fábrica do mundo. No entanto, enquanto montava milhões de produtos para o Ocidente, outro tipo de revolução de longo prazo estava se formando no país: a dos engenheiros STEM, ou seja, especialistas em ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
Hoje, seu investimento em educação científica e tecnológica deu frutos. A China forma mais de 3,5 milhões de graduados nessas áreas a cada ano, quatro vezes mais que os EUA. E entre eles surge uma nova geração: os engenheiros de IA que estão revolucionando a indústria global.
A origem do milagre educacional
O ponto de inflexão ocorreu na era pós-Mao. Após a morte de Mao Zedong, no final dos anos 1970, foi impulsionada uma profunda reforma nacional sob o lema das quatro modernizações, uma das quais foi restabelecer a educação com forte foco em ciência e tecnologia. Em 1988, Deng deixou claro: "A ciência e a tecnologia são as principais forças produtivas". Essa visão lançou as bases de uma transformação que continua até hoje.
Em meados da década de 1980, o governo lançou um ambicioso programa que enviava milhares de jovens para estudar em universidades dos EUA e da Europa. O plano era simples: aprender, obter doutorado e voltar para casa. Esses estudantes retornavam cheios de conhecimento e ficaram conhecidos como "hai gui", ou "tartarugas marinhas", pelo trajeto de ida e volta. Muitos se tornaram professores e dirigentes de universidades chinesas, elevando os padrões acadêmicos locais.
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