Grindr vai entrar na bolsa com avaliação inicial de US$ 2,1 bilhões
Fundado em 2009, aplicativo de paquera LGBTQIA+ busca levantar US$ 384 milhões para melhorar infraestrutura e ampliar público
Um dos pioneiros da paquera virtual para o público LGBTQIA+, o Grindr anunciou na última segunda-feira, 9, a intenção de entrar na bolsa de valores. A avaliação de mercado inicial, valuation, é de US$ 2,1 bilhões, aproximadamente R$ 10,8 bilhões, em conversão direta.
A companhia almeja levantar US$ 384 milhões com a abertura do capital. Com o valor, a intenção é fazer investimentos em tecnologias de infraestrutura e de rentabilização do aplicativo para, ao mesmo tempo, diversificar receitas e atrair usuários para o serviço de paquera, que tem público rotativo. 80% dos usuários do aplicativo têm menos de 35 anos. Com 11 milhões de usuários ativos mensalmente, a empresa estima atingir hoje apenas 2% do seu mercado em potencial.
Para a abertura de capital, em vez de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), como fez o Nubank no fim do ano passado na bolsa de Nova York, o Grindr optou por uma modalidade chamada Spac (Empresa de Aquisição de Propósito Específico). Nesse caso, é como se o Grindr criasse uma nova empresa de fachada para ser listada na bolsa para adquirir a companhia e torná-la pública, evitando os ritos tradicionais da abertura de capital.
"Temos uma marca global presente em quase todas as partes na comunidade a que servimos, um tamanho impressionante, uma taxa de interação dos nossos usuários e uma margem operacional entre as melhores do setor, e iniciamos recentemente nosso percurso em termos de monetização e crescimento", disse Jeff Bonforte, CEO do Grindr, em nota.
Fundado em 2009, o Grindr já pertenceu à empresa chinesa de jogos Kunlun Tech, mas foi vendida a uma empresa americana em 2020, após pressão dos Estados Unidos, que temia o risco de chantagem a respeito de dados sobre orientação sexual ou soropositividade de usuários americanos.
Recentemente, a empresa recorreu a um processo de cerca de R$ 40,3 milhões na Noruega por compartilhamento indevido de dados pessoais. O aplicativo também é censurado, por exemplo, na China, onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo é proibido.