Estas duas técnicas podem te fazer esquecer menos, segundo a ciência
Cientistas da Universidade de Iowa (EUA) revisitaram um século de literatura científica e resgataram duas técnicas benéficas para o cérebro
Um novo estudo publicado na Nature Psychology Review indica novos hábitos que podem ajudar a retardar o processo de esquecimento nas pessoas. Uma equipe da Universidade de Iowa (EUA) revisou mais de um século de pesquisa científica e afirmou que existem duas técnicas que podem ajudar nosso cérebro a incrementar a capacidade de memorização no longo prazo.
A primeira técnica, chamada de espaçamento, nada mais é do que um método de aprendizado incremental — o contrário de estudar na madrugada anterior a uma prova, por exemplo. Segundo o estudo, revisar as informações novamente depois de esquecer parte delas é benéfico para a mente. Mas não há uma regra definida de qual tipo de rotina de espaçamento é a melhor para a memória.
A outra técnica é a prática de recuperação, que consiste em lembrar o aprendizado do passado. Segundo o artigo, pessoas submetidas a rotinas que os fazem testar seus conhecimentos sobre o passado aumentam o desempenho no aprendizado e na memória. Já aqueles que verificam seus erros e recebem feedback imediato aprendem ainda melhor.
“Os benefícios do espaçamento e da prática de recuperação foram confirmados repetidas vezes em estudos em laboratórios, salas de aula e locais de trabalho, mas a razão pela qual estamos apresentando esta pesquisa é porque essas duas técnicas não foram totalmente aceitas. Se elas fossem usadas o tempo todo, veríamos aumentos drásticos no aprendizado”, disse Shana Carpenter, uma das autoras do estudo.
Carpenter afirma que o espaçamento não é uma prática muito popular, já que um aprendizado rápido e fácil é algo que todos desejam, apesar de quase impossível de se conseguir.
“Provavelmente o equívoco número um é que aprender tem que parecer fácil para funcionar, e isso não é verdade. Você aprenderá de forma mais duradoura e eficaz se persistir e superar esses desafios do que se tivesse parecido fácil o tempo todo”, afirma.
Verificar erros ao revisitar o conhecimento também não é uma tarefa fácil. Por exemplo, reler um parágrafo pode ser muito menos trabalhoso do que responder uma questão dissertativa sobre o mesmo assunto do texto, por exemplo. Mas, sem a verificação de conhecimento que vem com a tentativa de recuperar informações aprendidas, há um risco maior de cair no que os autores chamam de “ilusão de aprendizado”.
Muitas pessoas não gostam de cometer erros ou perceber que não entendem o material estudado tão bem quanto pensavam, o que pode desenterrar inseguranças ou medo de falhar. “Esquecer é uma coisa muito natural; você não consegue parar de esquecer mesmo que tente, mas pode desacelerar o esquecimento usando a prática de recuperação e espaçamento”, disse Carpenter.