DNA de humanos modernos e neandertais se misturou por 7 mil anos, diz pesquisa
Estudo analisou 300 genomas humanos modernos
Um estudo publicado na BioRxiv sugere que o cruzamento entre neandertais e humanos modernos pode ter durado 7.000 anos, o que ofereceria vantagens evolutivas e permitiu a sobrevivência da humanidade.
Um estudo publicado na revista de pré-impressão BioRxiv revelou que o cruzamento entre neandertais e humanos modernos pode ter durado 7.000 anos, cerca de 47 mil anos atrás. As descobertas ainda não foram revisadas por pares.
Analisando mais de 300 genomas de humanos modernos, pesquisadores descobriram que entre 1% e 2% do DNA dos humanos modernos fora da África é proveniente dos neandertais.
Essa mistura genética, segundo o estudo, pode ter conferido vantagens evolutivas aos Homo sapiens, como adaptações à cor da pele, metabolismo e sistema imunológico, auxiliando na sobrevivência em novos ambientes.
Embora estudos anteriores sugerissem que o cruzamento entre as espécies tenha ocorrido entre 50 e 60 mil anos atrás, a nova pesquisa aponta para um período mais recente.
Essa diferença gera questionamentos sobre a dispersão das populações humanas pelo mundo, já que vestígios do DNA neandertal estão presentes em todos os povos fora da África.
Chris Stringer, paleoantropólogo do Museu de História Natural de Londres, disse ao LiveScience que a descoberta levanta dúvidas sobre a datação de populações antigas, como na Austrália, que datam de 65 mil anos atrás.
Ele sugere três possibilidades: a datação está errada; a população era de Homo sapiens, mas foi extinta ou substituída por outra; ou a população não era de fato humanos modernos.
Ainda há muito a ser desvendado sobre o encontro entre essas duas espécies, mas a pesquisa abre caminho para uma melhor compreensão da nossa história evolutiva e das adaptações que permitiram a sobrevivência da humanidade.