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DNA antigo revela verdadeiro rosto de imperador chinês de 1.500 anos

A partir de fragmentos de DNA, pesquisadores conseguiram recriar o rosto de um antigo imperador chinês; o estudo também revelou a possível causa de sua morte

15 abr 2024 - 12h18
(atualizado às 14h48)
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Na China, arqueólogos da Universidade Fudan reconstruíram, em 3D, o rosto de um imperador chinês que viveu há 1.500 anos, a partir de fragmentos de DNA antigo. O Imperador Wu foi líder da dinastia do norte de Zhou e morreu, de forma precoce, aos 36 anos. Os achados da recente pesquisa genômica também apontam para a possível causa de seu óbito.

Foto: Gabriel LE NAOUR/Pixabay / Canaltech

No processo que permitiu a reconstrução facial do imperador da China antiga, os pesquisadores utilizaram o material genético extraído da tumba de Wu, descoberta pela primeira vez em 1996. Ali, foram preservados seus ossos e o crânio quase completo — esta parte foi fundamental na recriação do rosto.

Imperador chinês de 1.500 anos

Publicado na revista científica Current Biology, o estudo permitiu a reconstrução facial do imperador Wu, um governante da dinastia Zhou do Norte, na China antiga. 

Wu reinou entre os anos de 560 a 578 d.C., por um período estranhamente curto (18 anos). Apesar da brevidade, o imperador foi conhecido por criar um exército forte e por ter unificado a parte norte da China, após derrotar a dinastia Qi do Norte.

Verdadeiro rosto do imperador 

"Nossa análise mostra que o Imperador Wu tinha características faciais típicas do Leste ou Nordeste Asiático", afirma Shaoqing Wen, um dos autores do estudo, em nota. Isso desmistifica a ideia de que a etnia Xianbei, a qual pertencia o imperador, tinha aparência "exótica".

Pela reconstrução facial, é possível observar que o imperador chinês tinha olhos castanhos e cabelos pretos. Além disso, as suas características faciais são bastante semelhantes às dos atuais habitantes do Norte e do Leste da Ásia.

Restos de DNA antigo revelam como era o rosto de imperador chinês, que governou há 1,5 mil anos (Imagem: Pianpian Wei/CC BY-SA)
Restos de DNA antigo revelam como era o rosto de imperador chinês, que governou há 1,5 mil anos (Imagem: Pianpian Wei/CC BY-SA)
Foto: Canaltech

"Anteriormente, as pessoas dependiam de registros históricos ou de murais para imaginar como eram os povos antigos", lembra Pianpian Wei, outro autor do estudo. Agora, é possível conhecer estes indivíduos de forma muito mais precisa, através da genética. 

Causa misteriosa da morte

A análise do material genético do imperador chinês permitiu outra descoberta interessante: a possível causa de sua morte. Tanto Wu quanto o filho morreram jovens, o que levantava suspeitas de envenenamento.

No entanto, o DNA antigo revela um risco aumentado para Acidente Vascular Cerebral (AVC), o popular derrame. Segundo os autores do estudo, a hipótese é reforçada por outros registros históricos da época que descreviam o imperador com episódios de afasia (dificuldade de comunicação), pálpebras caídas e marcha anormal. Todos são potenciais sintomas de um derrame.

Passados 1.500 mil anos, a ciência compreende melhor as causas e as complicações de um AVC, mas, na época, a questão ainda não era tão bem entendida. 

Para dimensionar, hoje, cerca de 12 milhões de casos de derrame são detectados por ano no mundo, o que culmina em 6 milhões de mortes. Além disso, aproximadamente 110 milhões de pessoas vivem com sequelas, segundo a Organização Mundial do AVC.

Fonte: Current Biology e Cell Press (EurekAlert)  

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